Marvin Vettori volta a provocar Borrachinha: “Vou acabar com ele”
Em entrevista à Betway, Vettori questionou talento de Paulo Borrachinha, a quem chamou de superestimado; luta acontece em 23 de outubro
atualizado
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Embora Israel Adesanya seja o dono do cinturão dos médios (até 84kg) do UFC e um dos melhores lutadores da atualidade, a maior rivalidade da categoria no momento envolve outros dois atletas: o brasileiro Paulo Costa, o Borrachinha, e o italiano Marvin Vettori.
Derrotados pelo talentoso nigeriano em busca do cinturão, a dupla troca duras provocações desde que foi vítima de Adesanya. Assim que terminou derrotado pelo africano, Vettori já projetou seu futuro no UFC — e com ofensas ao lutador brasileiro.
“Para ser honesto, eu gostaria de destruir aquele bêbado [Borrachinha] que não consegue sequer ficar longe da bebida”, disparou o italiano ao BT Sport, logo após a derrota por decisão unânime para Israel Adesanya, em junho deste ano. A declaração, em entrevista exclusiva à UFC Bets, foi em referência ao episódio em que Borrachinha disse não ter vencido o dono do cinturão por beber “uma garrafa de vinho inteira” na véspera da luta.
Paulo Borrachinha respondeu, dizendo que esperava pelo rival europeu desde que ele fosse lutar com a bermuda do avesso (viralizou, e virou motivo de piada, uma foto de Vettori com a vestimenta ao contrário).
A tensão fora do octógono parece ter agradado a direção do UFC, que marcou para 23 de outubro, em Las Vegas (EUA), a luta entre os atletas. Eles protagonizarão a disputa principal do evento.
Até o dia do embate, a rivalidade deve aumentar. Em entrevista exclusiva ao time de UFC bets (veja a íntegra no vídeo abaixo), Marvin Vettori voltou a provocar Borrachinha. Ele reafirmou que irá acabar com o brasileiro, superestimado e descompromissado, em sua opinião. O italiano, inclusive, prevê vitória por nocaute no segundo ou terceiro round.
“Se eu lutar com ele — e assim espero — eu acabo com ele. Na minha opinião, eu venço no segundo ou terceiro round”, disse Vettori à Betway.
Em seguida, ele afirmou que Borrachinha não está nem no top-5 dos médios do UFC. “Acho que o Borrachinha, como venho dizendo há anos, é superestimado e, na minha opinião, nem chega ao top-5 [da categoria].”
“O que já se sabe sobre mim é que, como eu disse antes, quando me dão uma data, eu compareço. Ele [Borrachinha] não pode dizer o mesmo. Inclusive, ele tinha que lutar com o Cannonier, mas não sei o que aconteceu”, provocou o italiano, mais uma vez.
Borrachinha tinha luta marcada contra Jared Cannonier para 21 de agosto deste ano, mas desistiu alegando que não havia assinado o contrato para o duelo. Ele entrou em rota de colisão com o UFC por cobrar melhores pagamentos por seus embates.
Atualmente, o brasileiro de 30 anos é um dos principais lutadores do Brasil no Ultimate. Ele coleciona 13 vitórias e uma derrota na carreira, justamente quando foi desafiante ao cinturão do peso-médio de Israel Adesanya.
O italiano, por outro lado, possui 17 triunfos, cinco derrotas e um empate. Assim como o brasileiro, Vettori sofreu uma recente derrota para o nigeriano, em decisão unânime da arbitragem valendo o cinturão.
Vettori: o precursor do UFC na Itália
Além de projetar o confronto diante do brasileiro, Marvin Vettori conversou sobre outros assuntos com a reportagem. Aos 27 anos, o lutador é um dos principais lutadores europeus do UFC na atualidade e, consequentemente, o grande nome da Itália no MMA.
Só que o destaque italiano no maior evento de luta do mundo não veio à toa. Vettori conta que precisou abdicar de muitas coisas na juventude para chegar ao UFC.
“No momento, acho uma honra ser o pioneiro [do MMA na Itália] e representar o espírito de luta italiano. Os italianos que assistem às lutas se reconhecem um pouco em mim e se inspiram por encontrar um lutador italiano entre os melhores”, disse. “Que eles nunca desistam, que eles sempre continuem, independentemente das dificuldades.”
“É uma honra para mim. Mas essa honra me custou muito, porque estou viajando o mundo desde os 18 anos. Para seguir este meu sonho, eu praticamente viajei o mundo, e sempre sozinho. Não foi fácil em muitos aspectos, mas cheguei até aqui e agora estou feliz por ser a cara do MMA italiano.”
Pride inspirou Vettori, que valoriza o trabalho mental
Marvin Vettori se denomina competitivo. Foi por conta dessa característica que ele começou a se aventurar nas lutas. Ele também entendeu que poderia canalizar toda a energia que tinha na juventude no MMA.
“Escolhi lutar MMA porque desde criança fui uma pessoa muito competitiva, que gostava de tudo o que era relacionado ao contato físico. Sempre gostei de todos os esportes de contato. Mais tarde, digamos que eu fiz também algumas besteiras por aí, e decidi canalizar toda essa energia para o esporte.”
Já na adolescência, o extinto Pride, evento japonês que dominou o MMA na virada do século, seduziu o italiano. Ele ficou obcecado pela atmosfera do torneio e teve o ucraniano Fedor Emelianenko como sua primeira referência na carreira. “Fedor foi o primeiro lutador que realmente me fascinou nas lutas do Pride, no Japão. Fui seduzido por todo esse show.”
Vivendo o auge aos 27 anos, ele busca uma nova oportunidade de lutar pelo cinturão dos médios, o grande sonho da carreira. Para isso, Vettori trabalha bastante a parte mental.
“A mente, talvez ainda mais nos esportes de combate, é tão importante quanto treinar o corpo. Como eu faço isso? Digamos que se trata de se conhecer o máximo possível. Quanto mais experiência você tem e mais situações estressantes você enfrenta, mais aumenta o conhecimento de si próprio. E aí você é capaz de entender como a mente se comporta em certos momentos”, explicou o lutador.