“Eu vou para vencer”, diz jovem piloto do DF sobre mundial de kart
Gabriel Koenigkan tem apenas 15 anos e a certeza de que quer viver no automobilismo para sempre, mas antes tem o desafio no mundial de kart
atualizado
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A decisão de ser atleta significa abdicar de muito. A vida de um esportista inclui, por exemplo, ignorar certos problemas de saúde para se manter de pé e fazer o que ama – competir. Mesmo quando obstáculos parecem intransponíveis, é necessário alinhar foco, rede familiar, controle emocional e talento para conquistar o mundo.
O jovem piloto Gabriel Koenigkan (de vermelho, na foto em destaque), de 15 anos, de Brasília, precisou, por exemplo, competir com uma fratura na clavícula, correr com febre e morar sozinho para chegar à condição de disputar o Campeonato Mundial de Kart. O candango, da equipe Bravar, vai viajar para a Inglaterra e acelerar para conquistar o mundo do Kart, do dia 12 a 15 setembro, na categoria OK FIA.
“Veio de família, e no mesmo prédio onde moramos há um amigo cujo pai anda de kart por lazer. Ele ia treinar, e Gabriel queria ver os treinos e pediu para dar uma volta. Ele se interessou pelo kart aos seis anos e compete desde então”, afirma Flávio Koenigkan, pai de Gabriel.
Paixão pela velocidade
O piloto afirma que o kart lhe deu muita independência, pois precisou morar fora para disputar a temporada de 2023 do campeonato europeu. Ele passou a cozinhar, lavar e treinar sozinho para competir entre os europeus e, segundo o atleta, subiu em muito pódios.
“No início, vi como hobby, mas percebi que levava jeito. Quero o automobilismo e me dedico 100% ao kart. Eu foco nos estudos também, mas minha paixão é o kart. Minha família apoia minha vontade desde pequeno. Também recebi apoio psicológico para lidar com frustrações e emoções, o que é tão importante quanto os treinos na academia”, destaca Gabriel.
Um acidente grave, porém, o fez voltar mais cedo da Europa. Ele fraturou a clavícula após um adversário jogar o kart para cima dele, o que o fez decolar e se lesionar. A recuperação da cirurgia no local foi boa, e ele voltou a correr em campeonatos nacionais.
Imparável
“Na Copa Brasil deste ano, eu tive uma crise de sinusite aguda, que me deu febre e ânsia de vômito. Tomei medicamentos na veia para correr, e nas últimas cinco voltas, eu vomitei no meu capacete. Eu não queria parar, eu só quero vencer sempre. Quando ultrapassei a linha de chegada, senti que tudo valeu a pena”, desabafa o piloto do DF.
São momentos como esses que dão a Gabriel a certeza de que ele quer o automobilismo para o resto da vida. Ainda que a Fórmula 1 não seja seu principal objetivo, ele mostra intenso interesse em categorias de protótipo GT e Stock Car, mas lembra que primeiro tem um mundial de kart pela frente.
“Não estou muito ansioso, mas é animador ir para à Inglaterra. Meu objetivo é sempre vencer, e o Mundial abrirá muitas portas para mim. Terei muita visibilidade com um bom desempenho lá fora”, afirma o jovem. Além de Gabriel, o brasileiro Vinicius Ferro também representa o país no mundial de kart, mas pela categoria OK Júnior.
Gabriel corre para vencer. Até o momento, ele conquistou um Campeonato Brasileiro, duas Copas Brasil e três Copa SP Light, além de medalha de prata Fia Motor Games 22 e duas segundas colocações no Brasileiro de 2019 e 2022.