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Sem dinheiro, Comitê Rio-2016 corta dezenas de funcionários

Em alguns departamentos, os cortes chegarão a 40%. Nos últimos dias, negociações garantiram a injeção de recursos públicos para resgatar a Paralimpíada

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Raphael Lima/ PMERJ
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1 de 1 RL-ArosOlimpicos-20150520-2 - Foto: Raphael Lima/ PMERJ

A crise financeira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro gerou a demissão de dezenas de funcionários, que também trabalhariam para a Paralimpíada em setembro. Em alguns departamentos, a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo apurou que os cortes chegarão a 40%. Nos últimos dias, negociações garantiram a injeção de recursos públicos para resgatar a Paralimpíada, depois que parte dos recursos foram usados para preencher o rombo na Olimpíada.

Mas, nesta negociação, ficou estabelecido que o evento seria enxugado. Na condição de anonimato, funcionários confirmaram à reportagem que foram informados apenas nesta semana de que não teriam trabalho a partir de segunda-feira, ainda que originalmente o entendimento era de que ficariam até o final de setembro, para atender também aos Jogos Paralímpicos.

“Fomos informados nesta semana que estamos dispensados depois do encerramento”, disse uma das funcionárias que aguarda até segunda-feira para saber quanto será paga. “Nosso contrato vai até final de setembro. Mas ninguém nos disse se o contrato vai ser simplesmente suspenso ou se ganharemos uma parte”, disse. “O que eu sei é que segunda-feira eu estou desempregada”, afirmou.

Assim como ela, dezenas de outras pessoas no Parque Olímpico foram informadas apenas nesta semana que os contratos serão suspensos. “Eu sou do interior do estado do Rio. Vim para cá e aluguei um lugar para ficar até o final de setembro. Quem é que vai pagar pelo mês de aluguel?”, questionou.

Fontes que participaram das negociações confirmaram à reportagem que se chegou a falar abertamente no cancelamento de diversas modalidades, o que acabou sendo evitado graças ao aporte de dinheiro público.

A falta de dinheiro levará ao fechamento de diversas instalações, demissões e a transferência de competições para outros lugares, com o objetivo de “maximizar os recursos”. O número de ingressos para a Paralimpíada também será fortemente cortado, de 3,4 milhões para apenas 2 milhões.

Até agora, apenas 12% dos ingressos foram vendidos e, numa esperança de atrair pessoas aos locais dos eventos, os organizadores avaliam tornar gratuita a entrada ao Parque na Barra da Tijuca. Ali, cada um pagaria para ir aos eventos específicos.

Não por acaso, o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) afirma que o evento no Rio de Janeiro em setembro será “o mais difícil jamais realizado” em mais de 50 anos da competição.

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