Quadrilha vendeu ingressos para a abertura da Olimpíada por US$ 8 mil
Segundo o delegado, a THG obteria lucros de mais de R$ 10 milhões de reais
atualizado
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Ingressos para a cerimônia de abertura da Olimpíada foram negociados por até US$ 8 mil (aproximadamente R$ 25,4 mil) por uma quadrilha internacional de cambistas que também atuou na Copa do Mundo de 2014. Kevin James Mallon, diretor da THG Sports, empresa responsável pela venda das entradas, foi preso preventivamente na última sexta-feira e está no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.
O delegado Ricardo Barbosa, titular da Delegacia de Defraudações, que conduziu as investigações, afirmou que os ingressos foram comprados pela THG da empresa Cartan, que é credenciada pelo Rio-2016. “Por um trabalho de inteligência, vimos que a THG estaria atuando no Rio visando vender ingressos da Olimpíada e conseguir vantagem financeira muito grande. O intuito da empresa era vender ingressos para eventos muito procurados, como a final do futebol, a cerimônia de abertura e encerramento, em locais privilegiados dos estádios. Tinham valores agregados altos”, disse Barbosa.
Segundo o delegado, a THG obteria lucros de mais de R$ 10 milhões de reais. No momento em que Kevin foi preso, em um salão de um hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, foram encontrados 32 ingressos da cerimônia de abertura. Em um cofre do apartamento em que o estrangeiro estava hospedado, foram encontrados mais 781 ingressos. Os 32 ingressos achados durante a recepção no salão do hotel foram vendidos cada um por US$ 8 mil – deveriam custar R$ 1.400. Todos foram cancelados pelo Rio-2016.
Quando foi preso, Kevin estava com compradores de entradas. Vinte foram conduzidos para a delegacia para prestar esclarecimentos. Uma tradutora contratada pela empresa, Barbara Carnieri, também foi presa pelo crime de marketing de emboscada, mas liberada.