Natação: Brasil vai à final do revezamento 4x100m livre após 16 anos

A expressão “até debaixo d’água” pode ser usada literalmente neste domingo (7/8). Sentindo a vibração da torcida presente no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos dentro da piscina, o quarteto brasileiro fez o quinto melhor tempo das eliminatórias do 4x100m livre (3m14s06) e colocou o país de volta a uma final desta prova em Jogos Olímpicos após 16 anos. A última vez tinha sido em Sydney 2000, quando Carlos Alberto Jayme, Edvaldo Valério, Fernando Scherer (Xuxa) e Gustavo Borges ficaram com o bronze.

“A primeira caída foi acostumar com a torcida, nunca vi nada parecido com isso aqui no Brasil. Até quando eu virei embaixo da água eu escutei a galera gritando. Eu queria um (tempo) pouco mais baixo, é tentar melhorar pra noite”, disse Marcelo Chierighini (em destaque na foto do alto da página), que nadou em 48s47 a primeira parcial, entregando para Nicolas Oliveira em primeiro lugar.

O melhor tempo entre os quatro brasileiros foi na segunda parcial, com Nicolas (47s96). Mais experiente do grupo, ele acredita na possibilidade de medalha, mas reforçou que será “briga de cachorro grande”. O mineiro “passou o bastão” em terceiro para Gabriel Santos.

Gabriel fez 48s63 e também destacou a força da torcida, mas ponderou que é grande o desafio de manter o foco na prova. “Tentei ficar concentrado, mas aquela vibração é uma coisa que emociona. Temos que filtrar isso para a final e fazer jogar a nosso favor. Queria ter nadado mais rápido, mas estou satisfeito”. Quando terminou a parcial, o Brasil ainda estava em terceiro.

A pior participação foi de Matheus Santana, com 49s. A equipe terminou em quarto na eliminatória que disputou, e em quinto na classificação. A formação do quarteto deve ser alterada para a final, a partir das 22h. João de Lucca – que disputou a eliminatória dos 200m livre e ficou de fora da semifinal com o tempo de 1m47s63- deve entrar.

O melhor resultado nas eliminatórias foi da Rússia, com 3m12s04, mesmo sem dois dos principais nadadores dos 100m livre do país. Com Vladimir Morozov e Nikita Lobintsev na final, os russos podem melhorar ainda mais o tempo. Os Estados Unidos, que certamente vão trocar a formação, fizeram a qualificatória em 3m12s38. A decisão da prova pode ser a estreia de Michael Phelps no Rio 2016.

A Austrália terminou a prova em 3m12s65, mas teve a melhor parcial da tarde, com Kyle Chambers (47s04). Outra forte candidata a medalha, a França fez 3m12s27, ficando com o quarto tempo. O Canadá fez a prova no mesmo tempo que o Brasil (3m14s06).
100m costas

Nos 100m costas, Guilherme Guido não passou perto dos 53s10, seu melhor tempo em 2016, nem dos 53s09 que fez em Palhoça em dezembro do ano passado, garantindo a vaga olímpica. Mas, com os 53s80 obtidos na tarde deste domingo, passou para a semifinal da prova.

“Minha saída foi funda e passei fraco, passei para 26s, e normalmente é 25s baixo. É tirar isso aí, segurar a volta no 27s baixo e ficar bem na prova. Acho que com tempos de 53s10, 53s20 dá pra entrar na final”.

No feminino, Etiene Medeiros não foi bem e passou longe da semifinal, com 1m01s70. Foi o 25º tempo nas eliminatórias. Ela já havia nadado o 4x100m livre no sábado e está classificada para os 100m e 50m livre.

Recorde Olímpico

Detentora do recorde mundial nos 400m livre (3m58s37), a norte-americana Katie Ledecky agora coleciona também o recorde olímpico, com os 3m58s71 obtidos nesta tarde no Rio de Janeiro.

As decisões do dia ocorrem a partir das 22h: final dos 100m borboleta feminino, semifinais dos 200m livre masculino, semifinais dos 100m peito feminino, final dos 100m peito masculino – com Felipe França e João Gomes Jr, final dos 400m livre feminino, semifinais dos 100m costas masculino e feminino e a final do revezamento 4x00m livre.

As informações são do portal Brasil2016.