Mais uma vez: Cave pode não ficar pronto para ser usado nas Olimpíadas
Estádio deveria ter recebido os treinamentos durante a Copa das Confederações, em 2013, e do Mundo, em 2014, mas obras não foram finalizadas. Agora, o gramado pode impedir o local de ser centro de treinamento dos Jogos Olímpicos
atualizado
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É difícil de acreditar, mas, novamente, o Estádio Antônio Otoni Filho, conhecido como Estádio do Cave (Centro Administrativo Vivencial e de Esporte), pode ficar de fora de uma competição mundial realizada em Brasília. Desde 2012, o local vem recebendo investimentos, tanto do Governo do Distrito Federal quanto do Ministério do Esporte para a implementação de melhorias, mas as obras nunca acabam.
Dessa vez, o gramado é o grande problema. A decisão final sobre o uso do centro de treinamento pelas seleções que estarão na capital federal para disputar jogos de futebol das Olimpíadas sairá no domingo (31/7).
Nós ainda temos os prazos do Cave. Teve a primeira parte do plantio da grama e ela vingou. Depois, plantamos a grama de inverno e, agora, estão fazendo aquele nivelamento para ver se vinga. Nossa preocupação com o Cave é justamente esse último jogo de semente.
Leila Barros, secretária adjunta de Esporte
Apesar de o Cave ainda poder ser utilizado durante os Jogos Olímpicos, Leila Barros afirmou que o Rio-2016, comitê organizador das Olimpíadas, já estaria até selecionando outros lugares caso não seja possível usar o campo localizado no Guará.
“Eu acredito que vai dar tempo, mas a gente tem que ter uma segunda opção. Mas um plano B quem vai dar é o Rio-2016 porque eles já visitaram outros lugares e outras possibilidades. Vamos esperar até o dia 31 e aí termos a resposta final”, explica a secretária de esporte.Há um mês, já havia sido divulgado que o Cave não terminaria a tempo parte das obras, em especial os vestiários. Por causa disso, seria necessário alugar contêineres para os atletas se trocarem. Para isso, o Governo do Distrito Federal irá desembolsar mais de R$ 5 mil reais.
O gasto com a reforma do Cave, que seria um legado da Copa, já ultrapassa os R$ 7 milhões. Foram investidos R$ 6.166.632,96 por meio do Ministério do Esporte e mais R$ 1.024.568,75 vindos dos cofres do GDF.
Procurado pelo Metrópoles, o Comitê Rio-2016 não respondeu, até a publicação desta reportagem, se já há algum outro centro de treinamento pré-selecionado para substituir o Cave, caso o gramado não apresente condições de receber as seleções.
Outros centros de treinamentos
Em entrevista, a secretária Leila Barros afirmou ainda que os outros três centros de treinamento estão em perfeito estado para receber as seleções. O Bezerrão, no Gama, e o Centro de Treinamento dos Bombeiros, na Asa Sul, já foram até usados pela Seleção da África do Sul, primeira a chegar na cidade. O Abadião, em Ceilândia, é outro local que será utilizado.
O Mané Garrincha será o palco dos 10 jogos realizados na capital. Na semana passada, o Metrópoles mostrou que o Rio-2016 estava fazendo uma força-tarefa para tentar salvar o gramado do estádio. Segundo Leila, o trabalho deu certo.
Hoje nós estivemos com os especialistas de gramado e nós vamos vencer os prazos. Fizemos uma força-tarefa porque a nossa preocupação era realmente o gramado do Mané. Nós temos 10 dias e eles estão sendo cruciais. O comitê olhou tudo com otimismo
Leila Barros
Questionada se os gastos com as Olimpíadas ultrapassariam o valor já divulgado, cerca de R$ 32 milhões de acordo com o governador Rodrigo Rollemberg, a secretária adjunta de Esporte negou. “Vai ser menos, os gastos vão ficar em menos de R$ 30 milhões”, afirmou.