Maioria dos brasileiros teme atentado nas Olimpíadas, diz pesquisa

Os recentes atentados em países europeus e a prisão de brasileiros suspeitos de preparar atos extremistas reforçaram o temor da população de que o Brasil venha a ser alvo de ações orquestradas por fundamentalistas, como os integrantes do Estado Islâmico. Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, feita a pedido do Metrópoles, revela que 52,3% dos entrevistados acham possível que ocorra um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Por outro lado, 43,8% dizem que não acreditam na possibilidade e apenas 3,9% dos participantes do questionário não souberam ou não quiseram responder.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 de julho. Ao longo desse período, foi deflagrada a primeira grande ação antiterrorismo empregada pela Polícia Federal, batizada de Operação Hashtag. Foram entrevistadas 2.020 pessoas em 24 estados e no Distrito Federal, em um total de 158 municípios.

Durante a operação, a PF prendeu 12 pessoas que participavam de um grupo supostamente terrorista em território nacional. Eles se comunicavam via redes sociais — daí a origem do nome da operação. Alguns teriam jurado lealdade ao grupo muçulmano extremista Estado Islâmico, que opera, sobretudo, em países do Oriente Médio, mas que tem feito ataques na Europa e nos Estados Unidos.

Mesmo sem ter um link direto com a central do EI, o grupo brasileiro poderia articular ataques na modalidade que ficou conhecida como “lobos solitários” —  pessoas sem uma conexão direta com o centro de operação, mas que por si só promovem ofensivas letais. É a suspeita, por exemplo, que envolve o recente atentado na cidade de Nice, na França, onde um motorista de caminhão invadiu um calçadão no qual eram realizadas comemorações e matou mais de 80 pessoas.

Militares
Em 26 de junho, o Metrópoles mostrou que existe também a suspeita de ação de lobos solitários entre militares afastados do Exército brasileiro, o que também poderia resultar em um atentado terrorista, mesmo que de outra natureza, durante os Jogos Olímpicos.

A sequência de fatos fez as autoridades brasileiras reforçarem a segurança. Desde o último domingo (24), o Distrito Federal conta com o reforço de 4,5 mil agentes de segurança para as Olimpíadas. O esquema especial começou no fim de semana, quando a primeira delegação, a de futebol do Iraque, desembarcou na capital do país.

Nesta segunda-feira (25), o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, e o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) visitaram o Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek para vistoriar o sistema de segurança.