Joanna Maranhão abrirá processo contra agressores nas redes sociais
A nadadora recebeu ataques raivosos após ser eliminada da competição pelos 200 metros medley nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
atualizado
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A nadadora Joanna Maranhão recebeu ataques raivosos nas redes sociais, após ser eliminada da competição pelos 200 metros medley nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro por apenas cinco centésimos. A pernambucana informou, nesta segunda-feira (8/8) que entrará na Justiça contra os agressores.
Anteriormente, Joanna tornou-se alvo de ataques na internet depois de divulgar um vídeo com seu posicionamento político, contra a redução da maior idade penal. Ela também afirmou que dispensava a torcida de “pessoas que batem palma para (Marco) Feliciano, (Jair) Bolsonaro, Eduardo Cunha, (Silas) Malafaia”.“Não é possível alguém desejar que você seja estuprada ou que morra. Não precisa gostar de mim, mas é necessário ter respeito”, desabafou a atleta, chorando bastante. “O que eu puder fazer pra melhorar meu país de alguma forma, eu vou fazer. As pessoas têm todo o direito de discordar, mas não pode desejar essas coisas horríveis. Desejar que eu seja estuprada? Falar que eu inventei a história do abuso na minha infância para aparecer na mídia? Isso é pesado, sabe? Eu recebo tantas mensagens bonitas e pesadas de crianças, mulheres e homens que passaram pela mesma história que eu. Como alguém pode imaginar que eu inventei?”
Joanna comparou a situação ao caso de Rafaela Silva, que foi chamada de macaca após ser eliminada da disputa do judô nos Jogos de Londres, em 2012, mas deu a volta por cima e ganhou o ouro olímpico no Rio.
“Todo mundo já passou por uma decepção. Eu já pensei em tirar a minha própria vida. Já busquei quatro vezes o índice olímpico para estar aqui, sou a melhor atleta do Brasil nas provas que disputo desde os 14 anos de idade. Eu me orgulho muito da minha trajetória. A Rafaela não merecia escutar as provocações”, completou.
“O Brasil é um país machista, um país racista, um país homofóbico, uma país xenofóbico. Não estou generalizando, mas essas pessoas existem, infelizmente. E aí quando elas estão atrás de um computador, se acham no direito de fazer essas coisas. Todo mundo tem direito de discordar dos meus posicionamentos políticos, que eu sei que são da minoria. Eu não faço parte da maioria. Mas a minha formação, a minha história me fez com que eu tivesse a necessidade de me posicionar politicamente. E eu não vou parar.”
A atleta acha que as cobranças devem existir em relação à performance dos nadadores, mas que todos estão lá para dar o seu máximo. Infelizmente para a natação brasileira, os bons resultados ainda não vieram, inclusive para a melhor nadadora do país nos últimos anos. “Ninguém entra na piscina para nadar mal. Todo mundo aqui tenta fazer o seu melhor. Nos Mundiais estou sempre ali, brigando por uma semifinal e isso para mim é do caramba. Se de alguma forma eu não conseguir melhorar meu quinto lugar dos Jogos Olímpicos, eu continuo sendo a mesma Joanna”, concluiu.
Com informações da Agência Estado