Governo do Distrito Federal gastou quase R$ 30 milhões com a Olimpíada
Apesar do investimento, os hotéis e restaurantes de Brasília não sentiram grande movimentação durante os dias do torneio na cidade
atualizado
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O Governo do Distrito Federal ainda não sabe ao certo quanto gastou para sediar as dez partidas de futebol válidas pelas Olimpíadas 2016. Todas as secretarias correm loucamente para tentar fechar as contas. Procurada pela reportagem, a comunicação do GDF não deu prazo para liberar os dados e explicar como tanto dinheiro público foi gasto. Mas, segundo o que o Metrópoles apurou, aproximadamente R$ 30 milhões foram investidos no evento.
A Secretária de Esporte, Turismo e Lazer, Leila Barros, afirmou, com exclusividade ao portal, que o balanço oficial só sera liberado no fim da próxima semana e confirmou: “Foram, sim, quase R$ 30 milhões”. Segundo a secretária, teve investimento gasto até com as adequações do Estádio Mané Garrincha – a mais cara arena esportiva construída para a Copa do Mundo de 2014 .Os estádios Bezerrão e Abadião também ganharam manutenção nas instalações elétricas, pintura, melhorias no gramado e mudanças no sistema de irrigação, com um custo aproximado de R$ 46 mil. Vale lembrar que os valores dos contratos mensais de todos os Centros de Treinamentos deveriam cobrir esse tipo de manutenção.
O Cave, Centro Administrativo Vivencial e de Esporte, que fica no Guará, teve o maior investimento. Foram R$ 6.166.632,96 por meio do Ministério do Esporte, e mais R$ 1.024.568,75 vindos dos cofres do GDF. Mas, curiosamente, o local foi o único a não ficar pronto, sendo preciso “improvisar” um Centro de Treinamento para que o governo local cumprisse com o contrato firmado junto ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Há ainda números altos, como os R$ 563 mil repassados ao Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) para a locomoção dos espectadores e voluntários das Olimpíadas, mesmo tendo sido cobrado dos turistas e demais pessoas que usaram os ônibus coletivos para irem ao estádio o valor de R$ 2,25 para cada viagem.
A Secretaria de Saúde precisou desembolsar ainda o pagamento de horas extras de médicos, enfermeiros e demais funcionários que foram escalados para aumentar o atendimento dos Hospitais da Asa Norte e de Base, usados como referência durante os jogos. Mas, segundo a pasta, o orçamento já estava previsto na folha de pagamento dos servidores. “Até o momento, este valor ainda não foi fechado”, informou em nota a secretaria. Apenas um turista foi levado ao HRAN durante a Olimpíada.
Todo um esquema foi montado ainda para receber as pessoas nos postos de apoio ao turista. No entanto, apenas 3.292 estiveram nos Centros de Atendimento. A maioria era mesmo do Brasil, dos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Apenas 599 estrangeiros da França, Estados Unidos, México, Itália e Colômbia procuraram por algum tipo de informação.
A expectativa inicial do GDF era lucrar R$ 150 milhões com a movimentação financeira dos mais de 300 mil turistas que se hospedariam em Brasília para, assim, não ficar no prejuízo. No entanto, por mais que o balanço oficial ainda não tenha saído, o setor hoteleiro, os bares e restaurantes de Brasília não sentiram grande movimentação durante os dias dos Jogos Olímpicos em Brasília.
Os números Olímpicos
Em junho, a Terracap já havia repassado R$ 13.607.142 para a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer para “atender a programação orçamentária do Brasília Cidade Olímpica”. Na ocasião, a secretaria explicou que o dinheiro era destinado à logística e estruturas temporárias ligadas à realização dos Jogos Olímpicos.
Há ainda a liberação de mais R$ 4.165.172 para Brasília Cidade Olímpica no dia 29 de junho e de R$ 2.447.875 nesta quarta-feira (17). Junta-se a esse bolo os R$ 3.855.470,50 utilizados para a passagem da Tocha Olímpica por Brasília. Conforme mostrou o Metrópoles, R$ 2 milhões foram gastos apenas com a publicidade da chama dos Jogos Olímpicos.