Em segunda participação olímpica, Joice Silva sonha com medalha
A carioca espera chegar mais longe do que na edição de Londres 2012, quando foi derrotada na estreia pela russa Valeriia Zhobolova
atualizado
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Engana-se quem pensa que a fala suave e o sorriso cativante não combinam com uma lutadora. Assim é a mais experiente integrante da seleção brasileira de lutas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. A carioca Joice Silva, de 35 anos, em sua segunda participação olímpica, espera chegar mais longe do que na edição de Londres 2012, quando foi derrotada na estreia pela russa Valeriia Zhobolova. Confiante, ela sonha conquistar uma medalha na competição: “quero que o dia da minha luta seja muito feliz, marcante, que a torcida encha a Arena. Minha mãe, meu irmão, meus amigos estarão lá. Vou ter minha torcida particular”, brincou Joice, que foi a Pequim 2008 como sparring.
As disputas na categoria até 58kg serão realizadas em 17 de agosto, na Arena Carioca 2. Embora ainda não conheça suas adversárias, já que o sorteio ocorre na véspera da competição, a lutadora afirma que o ideal seria não enfrentar a japonesa Kaori Icho, tricampeã olímpica e decacampeã mundial. “Seria bom não ter que enfrentá-la logo de cara. Entre as demais competidoras, há um equilíbrio maior no meu peso”, comentou Joice, ouro nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015 e bronze em Guadalajara 2011.
Nos treinamentos, a lutadora conta com duas sparrings: Giulia Penalber e a americana Leigh Jaynes, bronze no Mundial de Las Vegas, em 2015, que passou a integrar o grupo nos últimos dias e ficará com a seleção brasileira no Centro de Treinamento de Alto Rendimento, na Urca, até a entrada das atletas na Vila Olímpica. “O sparring tem muita importância, passa confiança e te puxa para cima nos dias de cansaço”, afirmou.
Atualmente, Joice vive com o que recebe como atleta. Porém, se um dia precisar trabalhar em outra área, não lhe faltarão opções. Formada em educação física, ela tem cursos de técnica de enfermagem e de cabeleireira: “sempre achei que a vida de atleta poderia ser curta e pensava que era preciso ter como me virar, se fosse preciso. Sempre gostei de estudar e consegui conciliar bem os estudos com o treinamento”.
Se há quatro anos Joice era a única representante brasileira de sua modalidade nos Jogos, agora o time cresceu. Além dela, integram a seleção Lais Nunes (63kg), Gilda Oliveira (69kg) e Aline Silva (75kg), no feminino, e Eduard Soghomonyan (130kg), no masculino. “Isso é a prova de que a luta está crescendo. Temos um trabalho de oito anos, desde Pequim 2008, com intercâmbios e a chegada de treinadores cubanos”.