Dia dos pais reúne gerações do esporte nas Olimpíadas do Rio
Cidade olímpica vai comemorar data em ocasião especial principalmente no palco das competições, onde algumas relações entre pai e filho marcam as disputas por medalhas
atualizado
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O dia dos pais no Brasil, neste domingo (14/8), será celebrado de forma diferente no Rio. A cidade olímpica vai comemorar a data em ocasião especial principalmente no palco das competições, onde algumas relações entre pai e filho marcam as disputas por medalhas.
No Maracanãzinho, por exemplo, o capitão Bruno e o técnico Bernardo sentam-se lado a lado na sala de coletiva de imprensa após cada jogo. O protocolo das Olimpíadas é seguido como se não estivessem ali, na verdade, pai e filho. Dentro de quadra, a relação é a mesma entre o técnico e os demais jogadores – não faltam broncas quando as jogadas não dão certo.Como levantador, Bruninho é peça central na transmissão das estratégias. Como capitão, é referência para os colegas, ouvindo e levando suas considerações sobre a atuação do técnico. “Hoje entendo um pouco mais como é a minha cobrança para cada um deles”, disse o técnico, na última semana.
Desde a primeira convocação, em 2007, Bruninho tem a atuação questionada pela posição do pai. Na ocasião, o ex-jogador Ricardinho chegou a sugerir que haveria nepotismo no time. As acusações foram fortalecidas principalmente após a derrota nos Jogos de Londres, em 2012. O pai defendeu o filho das críticas e ameaçou deixar o comando da equipe.
“Talvez minha presença seja prejudicial”, disse Bernardinho. “Ser pai é a coisa mais difícil. A relação pai e filho na quadra é complicada. Nestes 12 anos (no cargo) o que mais me incomodou é se aproveitarem um pouco disso, querer me atingir através dele”, ponderou, após a derrota em 2012.
Foram meses de indefinição. Bruninho também defendeu a permanência do pai no comando do time. A derrota, problemas na confederação e de saúde de Bernardinho ajudaram no amadurecimento da relação. “As pessoas não podem duvidar da ética, do profissionalismo dele”, disse Bruninho, à época.
Água
Na vela, os irmãos Martine, de 25 anos, e Marco Grael, de 26, têm a sorte de ir à primeira Olimpíada com o pai, Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas, como coordenador técnico da equipe. Eles estão concentrados juntos na Escola de Educação Física do Exército, na Urca.
A classe 49er não disputa regatas neste domingo, mas Marco preferiu não comentar qual será o programa da família. “É um privilégio estar com meu pai todos os dias, independentemente da data. Isso aí é coisa de marketing”, desconversou. “Acho que ele descobriu agora que domingo é dia dos pais”, emendou, em seguida, o proeiro Gabriel Borges, dupla de Marco.
Estrangeiros
Há também casos de pais e filhos em outras delegações. A Lituânia faz ótima campanha no basquete masculino com o mesmo sobrenome de peso no elenco e no comando da federação nacional.
O maior jogador da história do país, Arvydas Sabonis, é um dos responsáveis por reestruturar a gestão da modalidade. Já o filho dele, Domantas, tem 20 anos e se destaca na campanha da equipe no Rio.
Arvydas, de 2,20m, foi medalha de ouro pela União Soviética em 1988, ganhou mais dois bronzes nos Jogos seguintes e assumiu a presidência da federação em 2011. Desde então, a equipe reagiu no cenário internacional, chegando a duas finais de campeonato europeu e à semifinal do Mundial, em 2014.
Domantas nasceu nos Estados Unidos quando o pai jogava pelo Portland Trail Blazers. A grande virada na carreira do garoto virá em breve, quando na próxima temporada vai ter oportunidade na NBA, no Oklahoma City Thunder. A camisa dele será a 11, mesmo número usado pelo pai.