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COI mandará carta para reclamar de faixa religiosa de Neymar

Comitê Olímpico Internacional não permite nenhum sinal político, comercial ou religioso nas cerimônias de medalhas nos Jogos Olímpicos

atualizado

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Ricardo Stuckert/CBF
Foto colorida de Neymar com Davi Lucca
1 de 1 Foto colorida de Neymar com Davi Lucca - Foto: Ricardo Stuckert/CBF

As regras são claras: nenhum sinal político, comercial ou religioso deve fazer parte da cerimônia de medalhas nos Jogos Olímpicos. No sábado (20/8), quando Neymar subiu ao pódio para receber sua medalha de ouro, a faixa “100% Jesus” chamou a atenção de muitos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI). Inicialmente, a ideia era fazer “vista grossa” ao comportamento do jogador. Mas agora o COI decidiu reclamar da ação.

Ao Estadão.com, o diretor-executivo do COI, Christoph Dubi, informou que uma carta será enviada à delegação brasileira para protestar e relembrar os dirigentes que tais comportamentos não são aceitáveis. “Faremos uma carta”, disse. Mas uma punição não está prevista.

Dirigentes, em uma reunião do COI nesta manhã no Rio, admitiram que a manifestação religiosa havia sido “um deslize”. Mas, diante da festa, não haveria como o impedir de usá-la. Agora, a ordem é a de fazer “vista grossa” a uma punição para não estragar a imagem da entidade.

Apesar de lamentar a situação, ninguém na família olímpica está disposto a manchar a medalha brasileira com um processo disciplinar. “Tomamos nota do fato”, declarou Mark Adams, porta-voz do COI, ao Estadão.com.

Issa Hayatou, que chegou a presidir a Fifa após a renúncia de Joseph Blatter e é membro do COI, destacou a festa brasileira no Maracanã. “Foi como uma final da Copa do Mundo e certamente para alguns tem o mesmo valor quando ela é vencida dessa maneira”, declarou à reportagem.

Entre os dirigentes, a esperança agora é de que se reforce as mensagens aos atletas para que evitam esse tipo de manifestação religiosa.

Durante os últimos 16 dias, o COI ainda teve de abrir mão de uma de suas regras: a de impedir qualquer manifestação política por parte de torcedores. A Justiça brasileira acabou autorizando a liberdade de expressão dentro dos estádios e ginásios olímpicos.

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