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Abaixo da meta, natação brasileira espera melhores resultados no Rio

País ainda não conquistou um pódio com a modalidade. Atletas estão marcando tempos abaixo da expectativa justamente na competição que é realizada em casa

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natação brasil
1 de 1 natação brasil - Foto: Reprodução/Time Brasil

A natação brasileira ainda não conquistou um pódio nos Jogos Olímpicos. Não que se esperasse uma chuva de medalhas, até porque os atletas nacionais mais bem ranqueados mundialmente são poucos, mas o que chama a atenção é que os nadadores do país estão marcando tempos abaixo da expectativa justamente na competição que é realizada em casa.

“Alguns atletas não repetiram seus tempos, o que é uma coisa normal no esporte. Acho que poderemos fazer um balanço mesmo no final, pois estou vendo coisas positivas. O público abraçou a natação brasileira e esses atletas, acho que esse é um legado interessante que deixamos. Há uma valorização até de alcançar uma semifinal olímpica”, explicou Ricardo de Moura, superintendente executivo da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

As melhores colocações até o momento foram os quintos lugares de João Gomes Junior, nos 100 metros peito, e do revezamento 4×100 metros livre com Marcelo Chierighini, Nicolas Nilo, Gabriel Santos e João de Lucca. O outro finalista entre os 33 nadadores nacionais que estão no Rio foi Felipe França, que ficou em sétimo nos 100 metros peito.

João Gomes, por exemplo, fez durante o Troféu Maria Lenk, em abril, o segundo melhor tempo do mundo na prova, com 59s06. Nos Jogos do Rio, marcou 59s31. Era um atleta que brigaria pelo pódio, chegou perto, mas faltou um pouco para conseguir a medalha. “Estou muito feliz com o meu resultado, mas não saio satisfeito com o meu tempo”, reconheceu.

Ricardo de Moura prefere enaltecer a campanha do nadador. “Nenhum brasileiro se classificava para a final do nado peito desde os Jogos de 1968. E nós colocamos dois atletas. Já o revezamento, a colocação foi mais ou menos o que a gente esperava”, comentou o dirigente, ciente de que Estados Unidos, Austrália, França e Rússia têm ótimos velocistas na prova.

Só que a ausência de resultados expressivos está incomodando alguns atletas da delegação nacional, que entendem que poderiam ter ido um pouco mais longe. Leonardo de Deus, que não conseguiu a vaga para a final nos 200 metros borboleta, assumiu a sua parcela de responsabilidade, mas também criticou. “A natação brasileira está bem ruim, bem aquém do que mostramos no Pan de Toronto, no Mundial de Kazan e no Maria Lenk, quando fizemos bons tempos. Estamos só com três finais, que ainda não foram conseguidas com os melhores tempos”, afirmou.

Maior delegação da história
Para o Rio-2016, a CBDA levou a maior delegação de nadadores brasileiros da história, com 33 atletas, e procurou fazer uma preparação de acordo com a realidade que os atletas iriam encontrar nos Jogos. Teve até clínica de sono para ajudar os esportistas a descansar o corpo por causa do pouco tempo de recuperação entre uma prova e outra e porque os horários das finais são tarde da noite.

“A gente não tem que se desculpar. Tanto a confederação como o governo e os clubes investiram na gente. Tivemos todo apoio possível. Os atletas têm que acordar. É Olimpíada na nossa casa e não estamos fazendo bonito”, continuou, contrariado com a ausência de medalhas e o desempenho fraco até o momento.

Para Ricardo de Moura, as afirmações de Leonardo de Deus vieram em um momento de fragilidade do atleta, logo depois de ele não conseguir avançar na competição. “Ele não foi feliz. Acho que ele nem queria dizer aquilo naquele momento. Nós ainda não concluímos a avaliação e temos ainda provas para disputar”, lembrou.

A expectativa maior é em cima de dois atletas, dois dos mais experientes da delegação. Claro que uma ótima atuação de outro nadador não está descartada, mas Thiago Pereira e Bruno Fratus levam as esperanças de medalhas em suas braçadas.

Thiago, medalhista de prata nos Jogos de Londres nos 400 metros medley, vai competir nesta quarta-feira (10/8) nos 200 metros medley. Ele está apostando todas as suas fichas nesta prova, mas sabe que terá adversários de peso como os norte-americanos Michael Phelps e Ryan Lochte. Inclusive, no balizamento das eliminatórias, ele nadará na raia 3, ao lado de Phelps, que estará na 4.

Já Fratus, o principal velocista do Brasil, vai competir nos 50 metros livre, com as disputas se iniciando nesta quinta (11). Ele terá de enfrentar o francês Florent Manaudou, o norte-americano Nathan Adrian, o australiano Cameron McEvoy e o russo Vladimir Morozov, entre outros. Outro brasileiro que estará na prova é Italo Duarte, que ficou à frente de Cesar Cielo na seletiva nacional.

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