Jogadores do Fortaleza sofreram mais de 1.200 lesões em ataque
Em entrevista, médico do Leão do Pici explicou que os atletas sofreram diversos ferimentos após atentado de torcedores do Sport
atualizado
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O ataque feito por torcedores do Sport contra o ônibus que levava a delegação do Fortaleza, após a partida entre as duas equipes pela Copa do Nordeste na última quarta-feira (21/2), causou milhares de lesões nos atletas. O médico responsável pelo Diretor do Departamento de Performance do clube, Cláudio Maurício, revelou em entrevista ao Fantástico desse domingo (25/2) que foram identificadas mais de 1.200 lesões nos jogadores.
Cláudio deu detalhes de quais tipos de ferimentos foram detectados nos jogadores do Leão do Pici após o episódio.
“Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só. Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas”, detalhou.
Ele ainda afirmou que algumas das lesões poderia levar os jogadores a óbito, levando em conta a região onde foram atingidos.
“Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por segundos ou pela mão de Deus. Porque muitas das lesões poderiam ser fatais por centímetros”, revelou Cláudio.
Entre os casos mais graves está do lateral-esquerdo Gonzalo Escobar. O argentino precisou levar 13 pontos por conta de cortes na sobrancelha e na boca. Ele deve ser o jogador que precisará de mais tempo de recuperação. Gonzalo sofreu ainda um traumatismo cranioencefálico.
“No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado. Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados”, relatou o Diretor do Departamento de Performance.
Cláudio Maurício ainda contou que está sendo feito um trabalho intenso dentro do Fortaleza para que os atletas recebam um suporte psicológico após o ataque feito por torcedores do Sport.
“A gente fez uma brigada, uma força-tarefa para conseguir dar esse suporte psicológico para eles. Nem todos os atletas têm família aqui, alguns tem, alguns uma parte apenas. A gente tem tentado ir à casa deles para dar esse suporte, mas também trazê-los para o clube, até porque o convívio com os colegas ajuda. Às vezes vai ficar isolado, você fica revivendo aqui, na sua mente, não dorme bem, acorda mal. Estamos oferecendo suporte psiquiátrico, com medicação para quem a gente acha que tem indicação nesse momento”, completou.