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Italo Ferreira: das “pranchas” de isopor ao topo do surfe mundial

Brasileiro se tornou campeão mundial nessa quinta-feira (19/12/2019) nas ondas de Pipeline

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1 de 1 italo-ferreira-2 - Foto: Reprodução/Instagram

Natural de Baía Formosa, no litoral do Rio Grande do Norte, Italo Ferreira desde cedo se apaixonou pelo mar e pelas ondas. Seu pai, que trabalhava como pescador, costumava emprestar parte do isopor onde gelava os peixes para o garoto das suas primeiras braçadas na água. A brincadeira virou coisa séria, ele ganhou uma prancha de presente de um parente e logo mostrou talento.

Só que a condição financeira da família, sem tantos recursos, era uma dificuldade no início, pois para participar de competições era necessário pagar inscrição, viajar e ter uma estrutura mínima. Mas Italo nunca desistiu do sonho de ser surfista profissional e via naquela brincadeira uma possibilidade de ter um trabalho que se identificasse.

O talento dele como atleta fez com que estreasse no Circuito Mundial de Surfe em 2015. Na ocasião, chamou atenção pelo seu estilo arrojado e teve até bons resultados, como o segundo lugar na etapa de Peniche, em Portugal, e uma semifinal no Oi Rio Pro. No final do ano, foi agraciado com o prêmio de estreante do ano na modalidade.

Para além dos feitos, no final de 2015 ele recebeu um enorme elogio de Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial. “Ele chocou as pessoas que não o conheciam tão bem, principalmente fora do Brasil, mas o que posso dizer é que ele é muito bom em qualquer condição de mar. Ele tem força para ondas grandes, dá aéreos em ondas menores e é muito competitivo”, afirmou.

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Ele levou a melhor sobre seus adversários na última etapa da temporada organizada pela WSL
Italo Ferreira faturou o cobiçado troféu, deixando fortes rivais para trás como, os brasileiros Gabriel Medina e Filipe Toledo, o sul-africano Jordy Smith e o norte-americano Kolohe Andino, que iniciaram o evento também com chances
Ele superou Medina na final da competição e com isso confirmou o primeiro título mundial em seu currículo
O título coloca Italo na pequena galeria de campeões mundiais e um dos poucos brasileiros a conseguir tal feito
"Eu não acredito. Era o meu sonho, lutei minha vida toda por isso. Dedico para minha avó e meu tio que morreram faz pouco tempo", declarou, aos prantos
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O surfista Italo Ferreira conquistou seu primeiro título mundial ao brilhar na etapa de Pipeline do Circuito Mundial, no Havaí

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Ele levou a melhor sobre seus adversários na última etapa da temporada organizada pela WSL

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Italo Ferreira faturou o cobiçado troféu, deixando fortes rivais para trás como, os brasileiros Gabriel Medina e Filipe Toledo, o sul-africano Jordy Smith e o norte-americano Kolohe Andino, que iniciaram o evento também com chances

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Ele superou Medina na final da competição e com isso confirmou o primeiro título mundial em seu currículo

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O título coloca Italo na pequena galeria de campeões mundiais e um dos poucos brasileiros a conseguir tal feito

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"Eu não acredito. Era o meu sonho, lutei minha vida toda por isso. Dedico para minha avó e meu tio que morreram faz pouco tempo", declarou, aos prantos

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O resultado ainda mostra a força da "Brazilian Storm", como essa geração de surfistas nacionais é chamada

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A conquista veio da maneira mais emocionante possível. Italo passou por Jadson André, Peterson Crisanto, Yago Dora e Kelly Slater até chegar à final. Do outro lado da chave, Medina superou Imaikalani deVault, Caio Ibelli, John John Florence e Griffin Colapinto

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Só que na disputa entre os dois brasileiros na final, Italo levou a melhor, ganhou por 15,56 a 12,94 e fez a festa nas areias de Pipeline com sua torcida

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Desde então, Italo foi crescendo no cenário internacional e amadurecendo seu lado competitivo. Em 2016 teve uma temporada irregular, no ano seguinte se machucou e perdeu parte do calendário de etapas, mas em 2018 ganhou três eventos e por pouco não chegou ao Havaí com chance de título. Desta vez, manteve o foco e se recuperou na reta final da temporada para garantir seu primeiro troféu.

Italo é um surfista talentoso, muito bem preparado e com enorme carisma. Costuma mostrar raça nas disputas, já teve grandes derrotas e sabe que não é imbatível. De qualquer forma, ele entra como um dos favoritos na próxima temporada e também candidato ao pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando o surfe fará sua estreia no programa.

Como rivais em 2020, terá o havaiano John John Florence, bicampeão mundial e que neste ano se machucou na quinta etapa do Circuito Mundial, quando liderava, e não pôde buscar o terceiro título. E também os brasileiros Gabriel Medina e Filipe Toledo, que tiveram um bom ano e devem mais uma vez brigar até o fim pelo troféu. São os jovens surfistas ditando o ritmo em uma modalidade que atrai cada vez mais torcedores e patrocinadores.

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