Itália terá sua primeira atleta transgênero nas Paralimpíadas
Valentina Petrillo compete no atletismo, e busca garantir medalha em sua estreia em Paralimpíadas
atualizado
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As Paralimpíadas Paris 2024 vão marcar uma novidade para a Itália. Pela primeira vez em sua história, o país terá uma atleta transgênero na competição.
Valentina Petrillo, que tem 50 anos, fará parte do atletismo, na classe T12, que é destinada a competidores com deficiência visual. Ela vai disputar a prova de 200 e 400 metros, as mesmas provas onde ganhou duas medalhas de bronze no mundial paralímpico, que também aconteceu na França, em 2023.
Petrillo nasceu na cidade de Nápoles, e desde 2020 se destaca na modalidade. Ela tem quebrado paradigmas e preconceitos. Foi a primeira mulher trans a competir nos campeonatos italianos de atletismo paralímpicos.
A carreira dela foi retratada em um documentário chamado “5 Nanomoli- O sonho olímpico de uma mulher trans”. Nele, fala da busca por desempenho e as dificuldades que enfrentou no esporte, principalmente para poder ser aceita e se sentir incluída.
Tudo começou a mudar para ela aos 14 anos, quando descobriu que tinha a síndrome de Stargardt, doença degenerativa que causa deficiência visual. Ela não desistiu do esporte, e chegou até mesmo a ser goleira na seleção italiana de futebol de cinco para cegos.
Seu desconforto com a identidade de gênero sempre foi grande, mas somente em 2019, com 45 anos, ela assumiu em público que se identificava como uma mulher transgênero, e passou a fazer seu processo de transição. Além de vários títulos na categoria feminina, ela é uma das maiores vencedoras do masculino, com 11 títulos nacionais.