Impressões 3D são o trunfo para o futuro do esporte
Usos da tecnologia vão desde tênis até a confecção de próteses para para-atletas
atualizado
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As impressões em 3D já foram vistas como algo distante, devido ao alto custo dos equipamentos. Se antes era difícil ter acesso ao complexo maquinário que produz as peças em três dimensões, o panorama atual é bastante diferente. Com a redução nos valores, é possível, por exemplo, ter uma impressora 3D em casa. Mas chaveiros, brinquedos e outras miudezas não são os únicos produtos que saem impressos. No esporte, o uso tem sido cada vez mais difundido, em áreas até pouco esperadas.
Gigante do fornecimento esportivo, a alemã Adidas inovou ao lançar, ainda durante a Olimpíada de 2016, no Rio, um tênis impresso em 3D. Pouco depois, a grande rival da marca alemã, a norte-americana Nike, não ficou atrás e lançou um calçado baseado na mesma tecnologia.
Para os para-atletas, a impressão em 3D se tornou um recurso fundamental: as próteses para amputados utilizando a nova forma de confecção reduziu o número de bolhas nos competidores, uma reclamação constante nas provas.
“A tecnologia aplicada e a evolução dos equipamentos, em especial para os paratletas, proporcionando customização de próteses de acordo com cada necessidade e adaptando-se perfeitamente à anatomia e particularidades de cada indivíduo é praticamente um caminho sem volta. Afeta profundamente a performance esportiva, potencializa os resultados, e nada disso seria possível sem as impressões 3D”, afirma Leonardo Cortes, sócio-fundador da Triddo e chefe de produção da Incept 3D, empresa californiana especializada na tecnologia.
Foi ele quem confeccionou os troféus dados aos medalhistas da Rio 2016. O profissional, que agora vive e trabalha nos Estados Unidos, não esconde o orgulho de ver as peças nas mãos de alguns dos mais importantes atletas do mundo.
“Me deixou muito feliz. Eu já havia participado de diversos projetos onde pude ver meu trabalho sendo usado por várias pessoas relevantes, mas com certeza o da Rio-2016 foi o que mais me marcou. É o maior evento esportivo do mundo. Fazer parte indiretamente de toda essa grandeza foi especial”, revela.
Ele afirma que o futuro das impressões em 3D ainda passará por transformações, especialmente em relação ao maquinário, mas que a tecnologia será ainda mais útil nos próximos anos.
“A cada ano que passa as tecnologias evoluem e, consequentemente os preços diminuem daquelas peças e artefatos que ficam mais ‘ultrapassados’. A evolução dos processos criativos torna a impressão 3D cada vez melhor. O lado ruim disso, na minha opinião, é que as maquinas ficam obsoletas com muita rapidez, mas esse é o preço que se paga pela evolução constante. É inevitável”, conclui.