Ilusão de ótica: a bola bateu ou não no braço de Cuesta?
No campo, o árbitro anulou o gol porque a bola teria batido no braço do zagueiro, do Inter. Mas após ser chamado pelo VAR, voltou atrás
atualizado
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A 32ª rodada foi, no geral, positiva para a arbitragem. A principal polêmica aconteceu ontem no jogo entre Internacional e Fluminense, no gol que deu a vitória à equipe gaúcha e que deixou todo mundo em dúvida.
No campo, o árbitro anulou o gol porque a bola teria batido no braço de Cuesta, do Inter. Mas após ser chamado pelo VAR e olhar as imagens ele voltou atrás e deu o gol.
Entenda o que aconteceu
Pela nova regra sempre que a bola bate na mão/braço de um jogador no ataque e esse faz um gol ou cria uma oportunidade de gol, o árbitro tem que marcar falta. Não interessa a intenção, se o braço estava aberto ou não, em uma posição natural ou antinatural. A lógica é que a cultura do futebol nunca admitiu gol de mão e agora a proibição faz parte das regras. De quebra, ainda facilitou a vida dos árbitros, pois não há mais necessidade de interpretação.
É nesse ponto que está a polêmica! Nesse tipo de lance, que não cabe interpretação, o árbitro de vídeo precisa apenas informar o de campo pelo rádio se a decisão foi correta ou não. O árbitro não precisa ir até o monitor. Bastava o VAR dizer que a bola não havia tocado no braço que o gol seria validado.
Por que o árbitro foi chamado?
Isso deve ter ocorrido provavelmente pela dificuldade de ver na imagem o possível toque. Durante a transmissão parecia que a bola tinha tocado no braço, mas quando mudava o ângulo, parecia que não. Lance extremamente difícil mesmo com o recurso tecnológico. Tanto que se passaram cinco minutos até a decisão final.
Mas como definiram que a bola não havia tocado no braço? O árbitro de vídeo adotou o seguinte procedimento: ele usou dois ângulos sincronizados para verificar se houve o toque. Primeiro ele parou na imagem de frente, aquela que dá a impressão do toque no braço. Depois pegou exatamente o mesmo momento só que por um ângulo mais lateral. E nessa imagem, a bola não toca no braço de Cuesta, inclusive está um pouco longe dele. Sendo assim, a primeira cena é mera ilusão de ótica e a segunda comprova que não houve o contato da bola com o braço.
No fim das contas, a validação do gol foi corretamente tomada com base no melhor ângulo disponível, o que comprova que não houve o toque. Se a imagem não fosse conclusiva, o correto seria manter a decisão do árbitro de campo.
A imagem do VAR ainda vai pregar muita peça nos nossos olhos. Se não estivermos atentos, seremos enganados pela ilusão de ótica. Mas que fique claro, o árbitro só pode tomar a decisão com base na imagem se ela for clara e provar o erro.