Guerreiras: esperança do Brasil no UFC está nas mulheres
Com nomes que marcaram época nas décadas de 1990 e 2000 em declínio, geração atual de lutadoras dá fôlego novo ao país na organização
atualizado
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Houve um tempo em que Anderson Silva e José Aldo eram certeza de vitória no Brasil no UFC. Os dois, junto com outros nomes do MMA brasileiro costumavam trazer resultados positivos, porém, entraram em declínio e viram o amplo domínio no octógono se tornar menor e ser extinto com o passar dos anos. A boa notícia, porém, é que uma nova geração de lutadoras vem causando muito barulho na principal organização de MMA do planeta. Prova disso é a quantidade de cinturões simultâneos conquistados pela mulherada brasileira na categoria: das quatro divisões femininas na organização, três têm brasucas como campeãs.
Neste sábado (07/07/2019), Amanda Nunes, a Leoa, defenderá o cinturão do peso-galo feminino pela quarta vez desde que o conquistou, no UFC 200, em 2016. A baiana ainda alcançou a façanha de se tornar também campeã do peso-pena, em dezembro do ano passado, ao quebrar a banca e nocautear a compatriota Cris Cyborg, e seguiu caminho semelhante ao do irlandês Conor McGregor e do norte-americano Daniel Cormier, que possuíram, em algum momento da carreira, dois cinturões ao mesmo tempo.
A grande diferença, e que mostra a moral de Amanda Nunes com Dana White e seus pares, é que ela provavelmente terá a chance de defender o cinturão da divisão de cima da sua. Além disso, a atleta da American Top Team já sinalizou com a possibilidade de defender os dois cinturões concomitantemente, algo que nem Cormier, e muito menos McGregor, envolvido em vários problemas fora do ambiente de luta, tiveram a oportunidade de fazer.
Na luta deste sábado, o co-evento principal do UFC 239, Amanda Nunes medirá forças com a ex-campeã da divisão, Holly Holm. A Filha do Pastor, como é conhecida, causou boa impressão quando nocauteou Ronda Rousey e ficou com o cinturão da divisão. A norte-americana garante estar preparada para chocar o mundo mais uma vez, assim como quando superou Rowsey. Amanda Nunes, no entanto, tem a seu favor, além do fato de ser a dona do cinturão, o longo período sem saber o que é perder no UFC: o último revés sofrido pela baiana ocorreu no longínquo ano de 2014.
O F I C I A L #UFC239 : @Amanda_Leoa ??? x @HollyHolm
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— UFC Brasil (@UFCBrasil) July 5, 2019
A força do Paraná
Nascida em Umuarama, no Paraná, Jéssica Andrade, a Jéssica Bate-Estaca, teve uma estrada mais acidentada dentro do UFC. Ela, inclusive, estreou com derrota na organização e já suscitou dúvidas sobre o potencial. O revés sofrido diante de Liz Carmouche, porém, não abateu a brasileira, que recebeu o apelido após ser desqualificada por aplicar justamente um bate-estaca durante uma luta de jiu-jitsu.
A derrota para a norte-americana não foi a única sofrida pela paranaense, mas ela garantiu ter aprendido após cada resultado negativo. Prova disso foi a sequência de vitórias que a representante da Paraná Vale-Tudo engatou no UFC: desde a derrota para Joanna Jedrzejczyk, justamente pelo título do peso-palha, Bate-Estaca ganhou quatro lutas seguidas. A última por nocaute, diante de Rose Namajunas com um… bate-estaca.
O próximo compromisso da paranaense do UFC está marcado para o dia 31 de agosto, quando ela defenderá o cinturão pela primeira vez, contra a chinesa Weili Zhang.
Aos 26 anos, Jéssica Bate-Estaca demonstra ter potencial para seguir evoluindo no UFC. Outros nomes, como a brasiliense Viviane Araújo, que lutou pela primeira vez na organização na mesma noite em que a compatriota ganhou o título do peso-palha, surgem como postulantes a seguir trilhando um caminho de sucesso, em uma espécie de passagem de bastão de uma geração para outra.