Vice do Cuiabá analisa as perspectivas da equipe para a Série A
Cristiano Dresch está no Auriverde da Baixada desde 2009, quando sua família comprou o time e o transformou em clube-empresa
atualizado
Compartilhar notícia
O Cuiabá conquistou, em 2020, a tão sonhada vaga na Série A e colocou um clube do Mato Grosso de volta à elite do futebol brasileiro depois de 35 anos. Clube-empresa desde 2009, o auriverde deu um passo por vez para chegar na primeira divisão e chegou com um objetivo principal: ficar.
Cristiano Dresch, vice-presidente, é da família que comprou o Cuiabá e acompanhou todo a evolução da equipe. “É super gratificante pra nós participar e ver o crescimento que o Cuiabá teve nesses anos, de 2009 até hoje. Sair da segunda divisão do Campeonato Mato-grossense até chegar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro precisou de muitos anos. Não foi fácil, mas é muito bom pra nós que amamos o clube e que vimos tudo isso acontecer”, disse o dirigente ao Metrópoles.
No processo de preparação para a estreia inédita na Série A, o Dourado está sendo bem reforçado. Walter, ex-goleiro do Corinthians, Jonathan Cafú, Osman e Uillian Correa já são alguns dos atletas que já estão treinando com o elenco. Porém, além deles, Clayson do Bahia, também ex-Corinthians, Camilo do Lyon, Marllon e João Lucas do Flamengo, estão em negociação. Cristiano, no entanto, não quis comentar sobre essas possíveis contratações.
“A gente está tentando montar uma equipe competitiva, trazendo jogadores que conhecem bem a divisão, que são da divisão. A responsabilidade que o Cuiabá tem é muito grande. A Série A é, disparado, o campeonato mais difícil do Brasil, a gente sabe da dificuldade e precisamos nos preparar bem, montar um elenco forte, equilibrado, com jogadores que consigam jogar contra as equipes que o Cuiabá vai disputar a permanência na Série A”, avaliou o vice-presidente.
“Permanência” é a palavra que deve mover o primeiro ano do Auriverde da Baixada na primeira divisão. “Estamos totalmente focados na manutenção. Eu acho que é uma coisa de cada vez e o Cuiabá está 100% focado em ficar na Série A. Foi muito difícil para nós chegar até aqui e agora nós vamos trabalhar focados nisso”, reforçou Dresch.
Ainda sem um treinador para comandar a equipe nesta missão, Cristiano não deu pistas de qual estilo de profissional está buscando e disse que não iria se manifestar quando questionado sobre as opções que estão no radar no clube. Em 2020, Marcelo Chamusca, atualmente no Botafogo, e Allan Aal foram os responsáveis pelo acesso.
Para o início do Campeonato Mato-grossense, Luiz Fernando Iubel foi contratado para estar à frente do esquadrão auriverde. O Cuiabá disputou a 3ª rodada nessa sexta-feira (12/3) e conquistou sua terceira vitória, com 100% de aproveitamento até então.
Dívidas? O que é isso?
Diante do que ocorreu com Vasco e Botafogo em 2020, um time que acaba de subir de divisão deve ficar de olho no dinheiro e organizar todas as despesas na ponta do lápis. O vice-presidente garantiu que o Cuiabá sequer sabe o que é crise financeira.
“O Cuiabá é um clube muito bem organizado financeiramente, não possui dívidas, tem uma estrutura administrativa muito enxuta e a gente espera mantê-lo assim: sem dívidas, organizado, mantendo os compromissos em dia. É uma das vantagens que o clube tem em relação ao mercado”, assegurou Cristiano.
Além do estadual, antes do início do Brasileirão, o auriverde tem pela frente a disputa da Copa do Brasil. Nesta terça (16/3), o time visita o Sergipe, às 19h15, com a vantagem do empate para avançar de fase. Em 2020, o Cuiabá chegou às quartas de final da competição. Passou pelo Botafogo nas oitavas e brigou com o Grêmio, que viria a ser o vice-campeão, nas quartas.
“Esse ano a gente começa a Copa do Brasil desde o início, ano passado já entramos nas oitavas. É uma competição difícil por causa das viagens e adversários que não enfrentamos antes, como o Sergipe. Vamos jogar em Itabaiana, em um campo que a gente não conhece. É uma competição que cria algumas dificuldades em função disso, mas é muito importante para o calendário do Cuiabá”, avaliou o vice-presidente.
Pandemia
Mesmo com essas viagens e demais fatores, Cristiano acredita que a pandemia não atrapalha o andamento do futebol brasileiro. “O futebol não precisa parar. A gente está vivendo um momento horrível na nossa história, com os casos de contaminação subindo demais, mas o futebol criou um protocolo desde o ano passado que cria um ambiente seguro”, opinou.
“Nenhum ramo testou e testa como o futebol. Existe uma segurança dentro desse ambiente.”
“Todos os clubes tiveram surtos, nenhum passou ileso. O problema deste vírus é o contágio, é muito fácil. Independentemente da estrutura maior ou menor (dos clubes) está todo mundo sujeito (à infecção)”, concluiu Cristiano.