“Trintões” comandam Atlético-MG e Flamengo na luta pelos títulos nacionais de 2021
No Ninho do Urubu, um dos pilares que vem dando suporte à sequência de títulos na Gávea é a famosa “geração 85”
atualizado
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De um lado um Flamengo que tenta manter a hegemonia nacional em busca de seu terceiro Campeonato Brasileiro consecutivo. Do outro, o Atlético-MG, líder isolado do principal torneio do País e que também surge como um grande rival do time carioca nesta reta final de Copa do Brasil, cujas partidas de ida da semifinal começam nesta quarta-feira. O que esses dois times têm em comum? A aposta em jogadores com alta quilometragem Hulk, Diego Costa, Nacho Fernández, Réver, Diego Alves, Filipe Luís, Diego Ribas, Everton Ribeiro e Bruno Henrique são alguns dos nomes que fazem da experiência um importante aliado para alavancar seus times nas competições.
No Ninho do Urubu, um dos pilares que vem dando suporte à sequência de títulos na Gávea é a famosa “geração 85”. Aos 36 anos, o goleiro Diego Alves, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o polivalente Diego Ribas lideram o Flamengo dentro e fora de campo. São atletas rodados e que os mais novos param para ouvir. Protagonistas das conquistas recentes, eles seguem como peça fundamental para manter o Flamengo competitivo. Além do Brasileiro e da Copa do Brasil, o rubro-negro decide ainda a Libertadores no mês que vem, dia 27, em jogo único contra o Palmeiras, em Montevidéu. Ninguém ousa desconfiar do Flamengo por causa de seus jogadores mais veteranos.
“São 20 anos como profissional e a vida de jogador exige muito, tanto física como mentalmente. Sou movido a desafios. Penso em seguir projetos, o futebol está na minha veia e o Flamengo também”, afirmou Diego Ribas sobre sua integração não só ao clube do Rio, mas também ao elenco. Diego era titular, saiu do time, se reinventou como segundo volante e está de novo entre os 11 do treinador. Com o aval do técnico Renato Gaúcho, a diretoria carioca já sinalizou uma renovação de contrato com seus três veteranos até o fim de 2022. Em mente, os dirigentes esperam cumprir dois objetivos: manter o nível de excelência em campo e garantir uma passagem de bastão tranquila no trabalho de renovação do elenco.
O chileno Isla, de 33 anos, o meia Éverton Ribeiro, de 32, e o atacante Bruno Henrique, que faz 31 em dezembro, endossam a opção do clube em optar por atletas experientes. Junta-se a esse grupo o zagueiro David Luiz, de 34, que desembarcou no clube para arrumar um problema na zaga. “O Flamengo não tem um time. Tem um grupo muito forte. Isso pode explicar o motivo de estarmos vivos nas três competições que disputamos. E a experiência dos jogadores mais rodados tem sido fundamental”, disse Renato Gaúcho.
Em campo, esses atletas sabem dosar o ritmo do jogo e até do tempo. São mais vividos e já tiveram outras experiências até mesmo para conduzir os demais companheiros dentro do vestiário. Apagam incêndios, apontam caminhos e até ajudam na gestão do clube. Diego, por exemplo, mostrou sua cara no episódio trágico do Ninho que vitimou dez garotos da base.
Atlético-MG concentra experiência no ataque
No Atlético-MG, a alta quilometragem foi concentrada no seu setor ofensivo. Hulk, destaque do time e da temporada, tem 35 anos. Para aumentar ainda mais o seu poder de fogo, o time mineiro recrutou da Europa um outro veterano: Diego Costa, de 33. A dupla já deu o que falar antes mesmo de Diego desembarcar em Minas Gerais. Além de destacar a força do elenco, o centroavante não poupou elogios ao seu companheiro. “Eu acho o Hulk o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro. Por tudo que ele está gerando: assistências, gols e dribles. É o nome do momento”, disse ao se juntar ao clube em Belo Horizonte.
Além da dupla de peso, o técnico Cuca tem ainda à disposição o jogador Nacho Fernández, de 31 anos. Ele foi o destaque do time nos 3 a 1 sobre o Santos no meio de semana passado ao marcar dois gols. O elenco conta ainda com veteranos que, se não são todos titulares absolutos, procuram dar estabilidade à equipe quando são acionados. São os casos de Rever, de 36, e Mariano, com 35.
Atrás de um título que não chega para o clube desde 1971, Cuca sabe que a alta quilometragem de seus atletas vai ser importante para controlar a ansiedade mais perto da reta final, ou mesmo quando alguma coisa sai do controle, como a derrota para o Atlético Goianiense por 2 a 1 no fim de semana. Um elenco ansioso ganha jogos, mas perde campeonatos. “Nesse momento do Campeonato Brasileiro, os jogos vão ficando mais cascudos e a ansiedade bate em todo mundo. Comissão técnica, torcida e jogadores querem ganhar antes do tempo. Sabemos que temos de ter paciência e que a competição é jogo a jogo. Nessa parte, a experiência é fundamental”, afirma o treinador.
Finalista da Libertadores, Palmeiras também tem medalhões
A queda de produção no Campeonato Brasileiro nos últimos jogos vem diminuindo as chances de título do Palmeiras. No entanto, a uma partida de uma possível conquista da Libertadores, o técnico Abel Ferreira tem, em seu plantel, medalhões que podem fazer a diferença. Uma prova disso é o goleiro Weverton, de 33 anos. Presença obrigatória nas convocações de Tite para a seleção brasileira, o goleiro é um dos melhores na sua posição. Na frente, Luis Adriano e Willian, ambos com 34, dão o toque de experiência ao time.
Mas a longevidade não se restringe aos titulares absolutos. O quarentão Jailson defendeu a meta palmeirense no empate de 0 a 0 contra o Bahia e deixou o campo como o destaque da partida. Ele joga bem pouco, mas nunca perde a forma nem o senso de posicionamento. Aos 38 anos, Felipe Melo se mantém como opção tanto no meio-campo quanto na defesa. O futebol apresentado pelo veterano fez a diretoria do clube rever os planos quanto ao futuro do jogador. No meio do ano, a diretoria chegou a anunciar que não renovaria o vínculo com o atleta. Mas as boas atuações nas semifinais da Libertadores contra o Atlético-MG mudaram esse cenário. Os frequentes elogios do técnico Abel colocaram o volante novamente no radar da diretoria e a renovação deve acontecer sem maiores problemas no fim de 2021.