Tino diz que cobrir Seleção está chato e aponta Dunga como pesadelo
Ex-repórter da Globo deu detalhes sobre as restrições colocadas pelo então treinador no acesso da imprensa ao time
atualizado
Compartilhar notícia
O repórter Tino Marcos, que deixou a rede Globo após 35 anos, revelou que fazer a cobertura da Seleção Brasileira estava chato. Com longa experiência acompanhando o Brasil em oito Copas do Mundo, além de amistosos e Eliminatórias. Em entrevista ao Flow Sport Club, ele comentou sobre como a limitação do acesso ao dia a dia da equipe prejudicou a cobertura.
“Está muito chato cobrir a seleção, porque você vê basicamente roda de bobinho, brincadeira e aquecimento. Depois disso você vai embora (…) Hoje, é aquela coisa mais pasteurizada, aí eu comecei a achar muito chato”, comentou o repórter.
Para comparar, Tino relembrou a Copa do Mundo de 2002, quando o então treinador Felipão abriu os treinos sem fazer mistérios sobre a equipe. Ele aponta ainda como a presença de jogadores que atuam na Europa na Seleção Brasileira interferiu na dinâmica entre imprensa e o time.
“Acho que isso foi uma imposição natural dos jogadores que vêm da Europa, porque eles começaram a reclamar bastante que a imprensa estava lá toda hora. Em 2002, o Felipão fez todos os treinos abertos. Ele dava esporro no Cafu na nossa frente, ele brigou com o Marcos e até o expulsou de um treino. Então, você tinha muito mais conteúdo e rendia mais assunto”, detalhou.
Ainda falando sobre a relação com o Brasil, Tino Marcos comentou sobre a passagem de Dunga pelo comando da Canarinho. De acordo com ele, o ex-capitão restringiu de forma radical o acesso da imprensa aos jogadores.
“Chegou num ponto em que a gente viajava no mesmo avião da seleção, na parte de trás, e antes os jogadores cumprimentavam e conversavam com a gente, mas eles passaram a abaixar a cabeça e sentar para que Dunga não os vissem que trocando ideia com a imprensa. Até o assessor falava que tinha que sair dali para Dunga não o ver falando com os jornalistas. Chegou nesse nível. Era um negócio além da conta”, explicou o repórter.
Tino Marcos disse ainda que na Copa de 2010 na África do Sul, apesar do bom futebol apresentado a seleção em um ambiente péssimo.
“Eu vi jogadores e pessoas da comissão técnica falarem: ‘Se ganhar, beleza. Vou ganhar o meu bicho, entrar para a história… eu quero ganhar, mas quero ir embora disso aqui porque não aguento mais. O ambiente é horroroso, pesado’. Então, foi uma época triste para a seleção”, completou.
Quer ficar por dentro de tudo que rola no mundo dos esportes e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles: https://t.me/metropolesesportes