“Teria sido muito injusto sair do Mundial agora”, diz Messi
O craque fez seu primeiro gol no Mundial e festejou a vaga nas oitavas, com a torcida. Próximo adversário será a França, neste sábado (30/6)
atualizado
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Pela primeira vez na Copa do Mundo da Rússia, Lionel Messi sorriu. Aquele sorriso aberto de quem tirou um enorme peso das costas. Foi exatamente isso que aconteceu nesta terça-feira (26/6), em São Petersburgo. Com a vitória por 2 x 1 sobre a Nigéria, a Argentina se classificou às oitavas de final para enfrentar a França, no próximo sábado (30). E deixou para trás o vexame de cair na primeira fase. Por isso, Messi sorriu.
Ele fez seu primeiro gol em solo russo, acertou uma bola na trave e foi fundamental para a classificação que parecia perdida – o gol do zagueiro Marcos Rojo só saiu aos 40 minutos do segundo tempo. “Teria sido muito injusto sair do Mundial. É impressionante. Quero agradecer a todas as pessoas que vieram ao estádio e também a todos que ficaram na Argentina”, disse o atacante.
Eleito melhor jogador da partida, Messi analisou a campanha da Argentina, construída com um empate, uma vitória e uma derrota. “Nós merecemos ganhar a primeira partida, mas tive o problema do pênalti perdido. Com a Croácia, estivemos bem até o placar de 1 x 0. Depois, nós nos desorganizamos e cedemos dois gols. Hoje, nós sabíamos que seria tudo bem, mas não esperávamos a complicação do empate. O importante é que passamos e saiu tudo bem”, disse o craque do Barcelona.Messi também analisou as dificuldades das outras equipes, como Espanha e Portugal, que sofreram empates diante de Marrocos e Irã e quase não se classificaram. “O que sofremos a cada partida não tem nome. Vimos o que também sofreram Portugal e Espanha para conseguir a classificação. É uma Copa do Mundo em que ninguém dá nada de graça e em que cada partida é uma batalha muito difícil.”
E Messi começou bem, ao abrir o placar logo aos 15 minutos do primeiro tempo. Rojo roubou a bola na defesa e tocou para Banega. O volante fez um lindo lançamento para o astro. Ele dominou na coxa, carregou e chutou cruzado, com a perna direita. Foi o centésimo gol da Copa, justamente marcado pelo craque do Barcelona.
O jogo seguiu equilibrado, mas na volta para o segundo tempo, logo aos cinco minutos, Mascherano cometeu pênalti em Balogun. O lance foi consultado pelo árbitro de vídeo (VAR), que confirmou a penalidade. Moses, camisa 11 da Nigéria, cobrou o pênalti com categoria, deslocando Armani e chutando no canto direito. A Argentina reclamou, mas não teve jeito.
O cenário de drama voltou ao início do jogo, com a Argentina tendo a necessidade de vencer a Nigéria, e torcer contra a Islândia, que enfrentava a Croácia, no mesmo horário. Se a Argentina empatasse ou perdesse estaria eliminada. Os croatas lideram a chave com seis pontos e já garantiram vaga para a próxima fase da competição.
Parte do alívio só veio aos 40 minutos do segundo tempo, com um gol de Rojo. Após muita pressão, Mercado avançou pela ponta direita e cruzou para Rojo, no meio da área. O zagueiro mostrou categoria e mandou para o gol. Explosão de alegria no gramado e nas arquibancadas, com direito a festa de um sempre ensandecido Diego Armando Maradona.
Mundiais
A fantástica geração que conquistou o ouro olímpico em Pequim 2008 não consegue superar o fardo de 25 anos sem títulos do país, desde a Copa América de 1993. Os três vice-campeonatos consecutivos aumentaram as cobranças sobre o próprio Messi, Di María, Agüero, Higuaín e Mascherano. Esses mesmos nomes não emprestam os seus ombros para dividir a cruz de Lionel Messi.
Por outro lado, a renovação está difícil. A Argentina tem o segundo elenco mais velho da Copa do Mundo, com média de 29,6 anos. Dybala (24), Pavón (22) e Lo Celso (22) estão crus. Messi joga por todos, novos e veteranos. Joga por 40 milhões de argentinos, joga por si mesmo e para que a sua história não chegue ao fim. (Com informações da Agência Estado)
Ficha técnica:
Nigéria 1 x 2 Argentina
Nigéria: Uzoho; Balogun, Ekong e Omeruo (Iwobi); Moses, Etebo; Mikel, Ndidi e Idowu; Musa (Nwabnkwo) e Iheanacho (Ighalo).
Técnico: Gernot Röhr.
Argentina: Armani; Mercado, Otamendi, Rojo e Tagliafico (Agüero); Pérez (Pavón), Mascherano, Banega e Di María (Meza); Messi e Higuaín.
Técnico: Jorge Sampaoli.
Árbitro: Cuneyt Cakir (Fifa/Turquia).
Local: Arena Zenit, em São Petersburgo (Rússia).
Gols: Messi, aos 13 minutos do primeiro tempo. Moses (pênalti), aos 5, e Rojo, aos 40 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Balogun, Mascherano, Banega, Mikel, Messi.
Renda: Não disponível.
Público: 64.468 pagantes.
(Com informações da Agência Estado)