STJD arquiva processo de injúria racial contra Ramírez, do Bahia
O arquivamento não tem relação com a investigação do caso na Justiça comum
atualizado
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Relator do inquérito no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que investiga a denúncia de injúria racial contra o atacante Índio Ramírez, do Bahia, o auditor Maurício Neves Fonseca determinou o arquivamento do processo contra o jogador colombiano. Ramírez foi acusado pelo meia Gerson, do Flamengo, de tê-lo chamado de negro em tom pejorativo durante jogo das duas equipes pela 26ª rodada do Brasileirão, em 20 de novembro.
Segundo o relator, nenhuma das testemunhas do processo, dentre elas o árbitro, os auxiliares, o delegado da partida e o então técnico do Bahia, Mano Menezes, disseram ter ouvido as palavras “cala a boca, negro”, com as quais Ramírez teria ofendido Gerson Nem mesmo as duas testemunhas indicados por Gerson, seus colegas de Flamengo Natan e Bruno Henrique, teriam ouvido as palavras.
Além disso, nenhuma das imagens ou áudios captados do momento em que Gerson e Ramírez discutiam comprovariam a suposta ofensa racial praticada pelo atleta do Bahia.
“Para que seja caracterizada a existência de infração disciplinar e determinada a sua autoria, é necessário que venham aos autos elementos que comprovem os fatos e sua materialidade, para ser reconhecida a justa causa, cujo requisito é obrigatório para deflagrar um processo disciplinar desportivo”, justificou Neves Fonseca em trecho da decisão.
“No caso em apreço, temos apenas a palavra isolada do atleta Gerson, que embora tenha sido levada em consideração por este Colendo STJD, tanto que houve a instauração do presente inquérito, ela, por si só, não autoriza o oferecimento de denúncia, eis que desprovida de provas”, completou.
Com isso, Ramírez segue livre para atuar pelo Bahia – contudo, não poderá fazê-lo, pois passou por uma artroscopia recente e terá uma recuperação estimada de dois meses.
O arquivamento não tem relação com a investigação do caso na Justiça comum. Em dezembro, o jogador do Flamengo prestou depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Rio de Janeiro.