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Copa do mundo 2022

“Se tiver que tocar pandeiro, farei o melhor”, afirma Daniel Alves

Jogador mais experiente e contestado da convocação mostrou sobriedade ao responder perguntas sobre sua presença na Seleção

atualizado

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Buda Mendes – FIFA/FIFA via Getty Images
Daniel Alves faz sinal de silêncio com uniforme da Seleção Brasileira
1 de 1 Daniel Alves faz sinal de silêncio com uniforme da Seleção Brasileira - Foto: Buda Mendes – FIFA/FIFA via Getty Images

Doha (Catar) – A convocação de Daniel Alves para a Copa do Mundo do Catar foi, de longe, a mais contestada entre os 26 homens chamados por Tite para a competição. Os motivos são claros: aos 39 anos, o lateral está longe do atleta que durante a última década foi o principal jogador da sua profissão, atuando no Tigres, do México, um local periférico do futebol mundial.

No entanto, Daniel não apenas faz parte do grupo, como na próxima sexta-feira (2/12), contra Camarões, será titular e capitão da equipe. Em coletiva de imprensa antes da partida, o veterano mostrou um pouco do porquê conta com tamanha fé e confiança do técnico Tite, respondendo às perguntas sobre sua presença com incrível lucidez e sabedoria.

“A vida me ensinou que quando você coloca a sua mente naquilo que você quer, com dedicação e proceder, a vida te leva a lugares inimagináveis, e a vida está me proporcionando isso. Fazer parte disso aqui é algo único. Durante todo esse tempo, tratei de dar o meu melhor, sempre a serviço da Seleção. E quando você faz isso, a vida sempre premia. É normal questionar idade, e talvez eu não esteja no meu melhor momento em termos de clube, mas Copa não é só isso, às vezes é sobre estar no seu melhor momento dentro da Seleção, algo que eu faço desde 2003, quando comecei minha caminhada aqui”, explicou.

Além de enfrentar perguntas sobre sua presença na Seleção, Daniel agora enfrenta questionamentos sobre ser titular e capitão. E uma das críticas mais frequentes que tem ouvido é sobre ter vindo para a Copa só para “tocar pandeiro”, algo que parece não ser uma ofensa para ele.

“Em cada momento da vida, nós temos que seguir o plano. Nos dois jogos em que eu não estive, a Seleção necessitava, na minha posição, de melhor defesa, eu sou o melhor ataque. Estou a serviço da Seleção. Se tiver que tocar pandeiro, eu vou ser o melhor pandeirista”.

Maior vencedor da história do futebol, Daniel Alves agora está em um momento diferente da carreira. Ciente disso, e do seu status atual como atleta, o jogador demonstrou que parece pronto para encarar mais esse desafio.

“Na história da Seleção Brasileira, sempre alguém teve que pagar a conta. Todos os jogadores são protagonistas em grandes clubes da Europa, eu não. Me incomoda, mas não me afeta. Não sou masoquista, não quero que as pessoas estejam falando mal de mim sem me conhecer. É fácil para as pessoas fazerem isso. Mas se tem uma coisa que eu sei fazer bem, é executar bem as ideias. Então eu não vou falhar agora, depois de tanta história e construção. Estou comprometido com a causa”, concluiu.

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