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Rua, céu, cadeia… Ronaldinho comemora 40 anos preso no Paraguai

Relembre a carreira da infância humilde de R10 em Porto Alegre, passando pela glória até a detenção no Paraguai por passaporte falso

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Michael Regan/FIFA via Getty Images
Ronaldinho Gaúcho de terno
1 de 1 Ronaldinho Gaúcho de terno - Foto: Michael Regan/FIFA via Getty Images

Eleito melhor jogador do mundo duas vezes, pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002, dono de dribles fantásticos e de um sorriso largo e fácil, Ronaldinho Gaúcho completa 40 anos neste sábado (21/03) justamente no momento mais complicado da sua vida. O ex-jogador está preso junto com o irmão, Assis, desde o último dia 6 em Assunção, no Paraguai, após os dois entrarem com passaportes falsos no país.

Ele está em um presídio de segurança máxima na capital paraguaia e teve negado o pedido de prisão domiciliar porque a Justiça entendeu que há risco de fuga e de a investigação de suposta ligação com uma organização criminosa e lavagem de dinheiro ser obstruída. Todo o prestígio que o craque construiu principalmente durante os 11 anos em que jogou na Europa agora é colocado em xeque.

Do nascimento aos 10 anos

Nascido no dia 21 de março de 1980 em Porto Alegre, Ronaldinho foi criado no bairro Vila Nova. O pai era guardador de carros no Estádio Olímpico, antiga casa do Grêmio antes da construção da arena. A sua principal diversão era jogar bola com os amigos na rua. O pai morreu ao cair em uma piscina quando Ronaldinho tinha apenas oito anos. Com a morte precoce do pai, o irmão Assis assumiu a figura paterna para Ronaldinho. Nove anos mais velho, Assis se tornou jogador profissional do Grêmio em 1987, mesmo ano em que Ronaldinho começou a jogar na escola de futebol do Tricolor Gaúcho. Assis sempre foi o grande ídolo do irmão mais novo.

Dos 11 aos 20 anos

Em 1992, Assis foi vendido para o Sion, da Suíça, e deixou Ronaldinho em Porto Alegre com a mãe, dona Miguelina. Então com 12 anos, Ronaldinho já era uma espécie de celebridade mirim dos torneios de futsal no Rio Grande do Sul. Aos 13 anos, por exemplo, mostrou seu talento e deu indícios do que estava por vir ao marcar 23 gols em uma só partida.

Em 1997, ele vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira no Mundial Sub-17 e foi o grande destaque da campanha do título conquistado no Egito. Dois anos depois, com apenas 19 anos, fez a sua estreia pela seleção principal em jogos oficiais. Bastaram três minutos para ele ganhar o mundo com um golaço contra a Venezuela em partida da Copa América, após aplicar um chapéu no marcador. Ainda em 1999, na semifinal da Copa das Confederações, disputada no México, Ronaldinho marcou três gols em uma única partida, diante da Arábia Saudita.

Dos 21 aos 30 anos

Foi no período entre 2001 e 2010 que Ronaldinho viveu o auge da carreira. No título da Copa do Mundo de 2002, dividiu o protagonismo com Rivaldo e Ronaldo Fenômeno. Diante da Inglaterra, pelas quartas de final, em Shizuoka, no Japão, teve atuação espetacular. Primeiro, com uma arrancada do meio campo em direção ao gol que terminou em passe para Rivaldo empatar o jogo. Depois, quando todos pensavam que a partida poderia ir para os pênaltis, ele foi mágico. Ronaldinho cobrou falta de muito longe, a bola fez uma curva inesperada e entrou no ângulo.

Em 2005, já eleito melhor jogador do mundo pela Fifa, Ronaldinho conduziu o Brasil ao título da Copa das Confederações com uma goleada por 4 x 1 sobre a Argentina na final. O Quadrado Mágico formado por Gaúcho, Kaká, Ronaldo Fenômeno e Adriano, no entanto, acabou falhando na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, e o Brasil foi eliminado pela França de Zidane.

Durante o período em que jogou no Barcelona, de 2003 a 2008, ele foi decisivo para que o clube catalão iniciasse uma fase de glórias. Com seus elásticos, arrancadas e golaços conquistou dois títulos do Campeonato Espanhol (2004/05 e 2005/06), a Supercopa da Espanha (2005 e 2006) e a Liga dos Campeões da Europa na temporada 2005/06. Foi aplaudido de pé em pleno Santiago Bernabéu, casa do arquirrival Real Madrid. Ainda jogou no Milan, entre 2008 e 2010, antes de decidir retornar ao futebol brasileiro.

Dos 31 aos 40 anos

Disputado por Flamengo, Palmeiras e Grêmio, optou pelo Rubro-Negro e desembarcou na Gávea em janeiro de 2011 Após um ano e cinco meses, no entanto, Ronaldinho Gaúcho encerrou seu vínculo com o clube sem grandes títulos e cobrando cerca de R$ 40 milhões de salários atrasados.

A reviravolta veio no Atlético-MG. Ronaldinho encantou Belo Horizonte. Motivado pela chance de conquistar um título inédito em sua vitoriosa carreira, ele faturou a Copa Libertadores de 2013 em grande estilo. Ao reviver o futebol dos velhos tempos, atraiu ao clube mineiro a atenção de jornalistas estrangeiros. Alguns dos principais jornais do Europa, por exemplo, destacavam o craque em suas reportagens. O La Gazzetta dello Sport, da Itália, chamou Ronaldinho de “Rei da Libertadores”. O El Mundo Deportivo, da Espanha, escreveu que “Ronaldinho continua aumentando sua lenda”.

Já em declínio, acumulou passagens discretas por Querétaro (México) e Fluminense até se aposentar, em 2016.

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