Ricardo Teixeira é suspeito de fraudar contratos da Nike com a Seleção
Segundo investigações de autoridades espanholas, o ex-presidente da Confederação pode ter embolsado R$ 19 milhões
atualizado
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O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o ex-executivo da Nike Sandro no Brasil são investigados por autoridades espanholas por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado aos contratos entre a Seleção Brasileira e a empresa de artigos esportivos que patrocinadora o esquete canarinho.
Conduzido pela Unidade de Delinquência Econômica e Fiscal, o caso trata da existência de comissões ilegais avaliadas em US$ 26 milhões (R$ 97 milhões) pagas a Rosell por ter mediado o contrato entre a CBF e a empresa americana. Do valor total recebido pelo ex-dirigente catalão, hoje preso, Teixeira teria ficado com US$ 5 milhões (R$ 19 milhões).
Segundo o jornal espanhol El Confidencial, a propina teria sido gerada a partir de um contrato de 6 de novembro de 2008 e teria sido mantida em vigor até 2011. O fim do acordo coincide, segundo a publicação, com a entrada de Rosell na presidência do Barcelona e sua necessidade de se desfazer de contratos anteriores que pudessem representar um conflito de interesse.Para receber o pagamento, Rosell teria usado a empresa Ailanto Marketing, criada no Brasil e alvo de investigações por parte das autoridades nacionais. Diante da juíza espanhola Carmen Lamela, na segunda-feira (28/5), Rosell justificou o envio de US$ 5 milhões (R$ 19 milhões) a Teixeira como uma forma de anular um empréstimo.
Entretanto, os investigadores suspeitam que Teixeira tenha usado Rosell como instrumento para lavagem de dinheiro. Um indício disso era a passagem dos recursos por vários paraísos fiscais e diversas contas de empresas offshore. Na avaliação dos investigadores, isso seria um sinal da tentativa de impedir a identificação do percurso do dinheiro.