Rafael Henzel fala que clima no voo da Chapecoense era de euforia
Jornalista, um dos seis sobreviventes de tragédia com o avião da Chapecoense, relembrou últimos momentos em entrevista a uma rádio
atualizado
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Em entrevista à rádio “Jovem Pan”, o jornalista Rafael Henzel, um dos seis sobreviventes do acidente com o avião da Chapecoense, contou o que lembra dos últimos momentos do voo antes da queda do Lamia. A conversa com o jornalista Flavio Prado deve ir ao ar no próximo final de semana.
Henzel, de 43 anos, contou que o clima no voo era de tanta euforia que se levantou quatro vezes para trocar de lugar e conversar com amigos. Além disso, disse que considera um “milagre” ter sido achado com vida horas depois do acidente.
O voo estava acontecendo na maior tranquilidade. Estava um clima maravilhoso. Imagine só… Era o time de uma cidade de 200 mil habitantes indo disputar uma final internacional… Estava todo mundo no auge, tudo maravilhoso. Estava todo mundo muito feliz de estar ali, naquele avião.
Ele lembrou ainda que, no troca-troca de lugares, acabou se sentando ao lado de um colega da RBS e os dois começaram a falar sobre coberturas históricas. “Foi quando as luzes do avião se apagaram e eu afivelei os cintos”, contou.
Henzel estava sentado em uma das últimas fileiras, na poltrona do meio, entre a janela e o corredor. As duas pessoas sentadas dos dois lados morreram.
“Eu e meus dois colegas ficamos presos a duas árvores. Eles já estavam mortos. Eu só despertei quando vi uma lanterna e alguém gritando, porque os socorristas estavam a uns 200 metros de mim, resgatando o Follmann e o Ruschel. Estava muito frio, muita chuva, e o milagre aconteceu…”, contou.
Ele ainda reforçou a versão do técnico boliviano Erwin Tumiri, outro sobrevivente, que disse que não houve pânico antes da queda. “Não houve desespero, despressurização da cabine, queda de máscara. Nada. Houve, apenas, uma colisão de uma hora para outra. Eu ouvi o estrondo, apaguei, e só fui acordar um pouco antes de ser socorrido”.