Quem é Will Still? Técnico começou no Football Manager e parou o PSG
Will Still, de apenas 30 anos e técnico mais novo das principais ligas europeias, vibrou demais com gol de empate do Reims contra o PSG
atualizado
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A frustração de Neymar, Messi e Mbappé com o empate sofrido pelo Paris Saint-Germain para o Reims no jogo válido pelo Campeonato Francês, no último domingo, contrastou com a empolgação do treinador adversário. Will Still, de apenas 30 anos e técnico mais novo das principais ligas europeias, vibrou demais com o gol de Balogun e comemorou bastante o resultado fora de casa em mais um capítulo importante de sua curta e curiosa carreira à beira do campo.
Nascido na Bélgica depois que seus pais deixaram o Reino Unido, ele foi jogador até os 17 anos, mas trocou as chuteiras pelos estudos para virar técnico. A decisão levou em conta a paixão pelo jogo Football Manager, game famoso há muitos anos em que o usuário comanda um time de futebol e toma decisões estratégicas dentro e fora do gramado. Ele se mudou para a Inglaterra a fim de estudar na Universidade Myerscough College, em Preston, e lá começou um estágio treinando o time sub-14 do Preston North End
“Eu estava obcecado com esse jogo. Eu e meu irmão jogávamos incansavelmente – não tínhamos permissão para ter um PlayStation, então jogávamos Football Manager no computador da família”, contou ao site Coaches’ Voice. “Nunca pensei que o Football Manager influenciaria minha carreira na vida real, mas pensando agora, definitivamente isso aconteceu.”
Anos depois, em 2014, ele retornou à Bélgica em busca de emprego na área, mas recebeu várias respostas negativas. A chance, enfim, veio para ser analista de vídeo no pequeno Sint-Truiden. Foi o técnico Yannick Ferrera que deu sua primeira chance e depois o levou quando foi contratado pelo Standard Liège, um dos mais tradicionais do país.
Em 2017, foi assistente técnico do Lierse, da segunda divisão, e teve sua primeira experiência como técnico, ao ocupar o cargo interinamente e conquistar 20 dos 27 pontos possíveis.
Ele colecionou mais experiências como auxiliar de alguns times antes de ir para o futebol francês. No início da temporada, ele já era assistente do Reims. Em outubro do ano passado, virou técnico interino com a demissão de Óscar Garcia e, no mês seguinte, foi confirmado de forma definitiva no cargo. Até aqui, são 12 jogos de invencibilidade no comando. A equipe foi subindo na tabela do Campeonato Francês e hoje ocupa a 11ª posição.
“Quero que o time gere problemas aos adversários, que recuperemos a bola no ataque para dificultar a vida deles. Exige um esforço quase sobre-humano e estou ciente disso, mas é um risco que estamos dispostos a correr porque queremos jogar um futebol ‘positivo’ e ficar o mais longe possível do nosso gol”, disse ao site da liga francesa.
O problema é que ele não tem as credenciais necessárias (licença Uefa Pro) para treinar no Campeonato Francês. Então o clube precisa pagar multa de 25 mil euros (cerca de R$ 140 mil) em todo jogo que ele estiver à beira do campo. “Bem, isso da multa foi, de certa forma, negociado. O clube disse: ‘Estamos prontos para investir em sua carreira, contanto que você continue ganhando'”, afirmou ao Daily Mail.
Will, que tem os irmãos Edward e Nico sendo técnico e assistente do Eupen, da liga belga, explicou a sua estratégia para parar o PSG, que conta com estrelas mundiais e é líder da liga francesa com 22 pontos a mais do que o Reims. “Era fechar o meio-campo e obrigá-los a recuar e a jogar com o goleiro Donnarumma, colocá-los no maior desconforto possível”, disse. “O Reims demonstrou que quer jogar, pressionar e ser divertido. Seguimos em um belo caminho”.
Sobre suas influências, Will disse que Alex Ferguson é sua maior referência. “Procuro tirar o melhor de vários treinadores: Jürgen Klopp, José Mourinho, Eddie Howe… e na parte tática, está Sir Alex Ferguson, meu verdadeiro modelo”, disse o técnico ao jornal francês L’Equipe.