Quatro anos depois, veja como estão sobreviventes do acidente da Chapecoense
A tragédia que matou 71 pessoas em novembro de 2016 completa quatro anos neste sábado e ainda está bem viva na memória dos 6 “milagres”
atualizado
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A data 28 de novembro de 2016 está registrada como uma das mais tristes da história do futebol. Há exatos quatro anos, o voo com a delegação da Chapecoense deixava Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com destino ao Aeroporto José María Córdova em Rionegro, na Colômbia, mas tinha trajetória interrompida ao cair a poucos metros de distância do destino.
A tragédia que matou 71 pessoas, quatro anos depois, ainda mostra que jamais será esquecida. Sobretudo para cinco dos seis sobreviventes – o sexto era o jornalista Rafael Henzel, que faleceu em março de 2019, vítima de um infarto.
A seguir, o Metrópoles atualiza como estão os cinco sobreviventes até hoje e recorda também a trajetória do jornalista, que morreu no ano passado.
Alan Ruschel – O lateral-esquerdo foi o único sobrevivente que conseguiu retornar ao futebol. Em agosto de 2017, participou de um amistoso contra o Barcelona e trocou camisa com Lionel Messi. Em setembro do mesmo ano, atuou em sua primeira partida oficial após o acidente, diante do Flamengo, em duelo pelo Campeonato Brasileiro. Ele chegou a ser transferido da Chapecoense para o Goiás, em 2019, mas retornou ao time catarinense neste ano. Atualmente, aos 31 anos, é titular e capitão da Chapecoense, líder da Série B do Brasileirão.
Neto – O zagueiro foi o último sobrevivente a ser resgatado do local do acidente. Neto ficou internado durante duas semanas na Colômbia até retornar ao Brasil para continuar a recuperação. Ele lutou bastante para retornar aos gramados, com muita fisioterapia e preparação física, mas as dores no joelho e na coluna o forçaram a anunciar a aposentadoria em dezembro de 2019, aos 34 anos, sem conseguir fazer uma partida profissional depois da queda do avião.
Jackson Follmann – O goleiro se tornou um símbolo da volta por cima. Por conta do acidente, ele teve parte da sua perna direita amputada, o que impediu a sequência de sua carreira, mas jamais deixou se abater. Follmann virou embaixador da Chapecoense – tem contrato até fevereiro de 2021 – e brilhou na televisão ao se apresentar como cantor no palco do Popstar, talent show da Globo. Ele foi o campeão da edição 2019 do programa. Depois disso, Follmann, atualmente com 28 anos, investiu na carreira musical e lançou o álbum Prosa e Viola em 2020.
Rafael Henzel (jornalista) – O locutor Rafael Henzel estava no voo da Chapecoense para narrar a partida final da Copa Sul-Americana pela Rádio Oeste Capital FM, da cidade de Chapecó. Sobrevivente da tragédia, ele precisou se recuperar de sete costelas quebradas, pneumonia e lesão no pé direito para voltar ao trabalho. Em janeiro 2017, ele recebeu o convite e participou da transmissão da TV Globo no amistoso entre Brasil e Colômbia. Henzel narrou parte do jogo ao lado de Galvão Bueno. Depois disso, ainda comentou jogos da Libertadores de 2017 pela RBS e escreveu um livro: Viva Como se Estivesse de Partida. Por ironia do destino, Henzel acabou morrendo em 26 de março de 2019, aos 45 anos, após sofrer um infarto fulminante enquanto jogava uma partida de futebol com amigos.
Ximena Suarez (comissária de bordo) – A boliviana foi a única mulher sobrevivente do voo. Ximena teve que se recuperar de lesões nos pés para retomar uma vida profissional, mas foi a depressão que a fez ficar em baixa nos meses seguintes ao acidente. Em 2017, ela foi convidada a atuar como modelo e aceitou. Após alguns trabalhos, recuperou a força de vontade. Em novembro de 2017, lançou seu livro Volver a Los Cielos, no qual conta bastidores do acidente. Em julho de 2019, ela começou a fazer treinamento como comissária e voltou a frequentar aviões em 2020. Atualmente, está com 31 anos.
Erwin Tumiri (técnico da aeronave) – O técnico em voo – era mecânico da aeronave na tragédia – foi o primeiro sobrevivente a ter alta hospitalar e voltar para casa, apenas uma semana depois do acidente. Ele atua como piloto particular na Bolívia, mas até o ano passado estudava para se tornar piloto de avião comercial. Tumiri é o mais reservado entre os sobreviventes – evita dar entrevistas – e não há informações atuais se já terminou o curso.