Primeiro dia de futebol na Argentina sem Maradona tem homenagens e lágrimas
O ex-jogador havia feito sua última aparição pública há quatro semanas, em um jogo do Gimnasia
atualizado
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Homenagens, dedicatórias, lágrimas e emoções predominaram no primeiro dia de jogos do Campeonato Argentino sem Diego Maradona, estrela do esporte que morreu na quarta-feira, aos 60 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. O ex-jogador havia feito sua última aparição pública há quatro semanas, em um jogo do Gimnasia.
O dia começou com o encontro entre o Racing e o Unión de Santa Fe. Antes do jogo, os jogadores das duas equipes se aqueciam ao tocar a música “Life is life”, que se popularizou com um vídeo em que Maradona fazia maravilhas com a bola antes de uma partida pela Copa da Uefa (atual Liga Europa) em 1989.
Os jogadores realizaram um minuto de aplauso e não de silêncio, com o lançamento de um grande balão pintado como uma bola de futebol, enquanto tocava “La Mano de Diós”, do músico Rodrigo, a canção mais popular entre as dedicadas ao ex-capitão da Albiceleste. Os atletas se emocionaram enquanto olhavam para a imagem de Maradona beijando o troféu da Copa do Mundo de 1986.
Em Avellaneda, a vitória foi do Racing, que com formação reserva – o técnico Sebastián Beccacece reservou a titular para a próxima partida contra o Flamengo pela Copa Libertadores -, venceu por 1 a 0 com gol de Carlos Alcaraz, e assim encerrou uma série negativa de cinco jogos sem comemoração.
“Eu vi Diego (jogar) muito pouco, tive a sorte e o prazer de conhecê-lo quando jogamos contra o Gimnasia (ano passado). Ele foi ótimo, nem é preciso dizer muito mais, todas as palavras são pequenas”, disse o volante Walter Montoya, que não conseguiu conter as lágrimas durante a homenagem.
O Racing, que Maradona treinou sem sucesso em 1995, não tem mais chances de se classificar para a próxima fase da Copa da Liga, que passou a se chamar Diego Maradona desde este fim de semana.
Em um dia cinzento e desagradável, outro momento único foi vivido no bairro de Liniers, em Buenos Aires, onde o Vélez Sarsfield recebeu o Gimnasia, clube treinado por Maradona até sua morte e que o havia levado ao seu retorno ao futebol argentino em setembro do ano passado.
Vários dos jogadores que foram dirigidos no Gimnasia por Maradona estavam muito emocionados e à beira das lágrimas antes do duelo, enquanto um reconhecimento semelhante ao feito no Racing foi realizado no gramado do estádio José Amalfitani. O atacante Lucas Barrios, ex-Palmeiras e Grêmio, usou a própria camisa da Argentina assinada pelo ídolo e ex-comandante com dedicatória especial.
No telão do estádio, foi exposta uma foto de Maradona fazendo embaixadinha com a cabeça com o ano de nascimento (1960) e o símbolo do infinito. Em uma partida disputada com mais coração do que mente, o Gimnasia derrotou o Vélez por 1 a 0 com gol de Maximiliano Coronel, que apontou para o céu para homenagear o ídolo.
“Jogar foi uma loucura, porque viemos de um golpe emocional muito forte”, disse o paraguaio Víctor Ayala, meio-campista do Gimnasia, após o jogo. “Mas pegamos o que Diego sempre nos ensinou, que há um ponto positivo, algo mais. Para nós ele era como um pai, ele nos ligava sempre que precisávamos de algo. Ele, de cima, deve estar orgulhoso do time”.
À noite, o River fechou a passagem para a rodada decisiva ao vencer o Rosario Central por 2 a 0 como visitante, com gols do paraguaio Robert Rojas e Damián Martínez em um dos jogos pelo grupo C, pelo qual o Banfield também se classificou, depois de empatar em 0 a 0 como visitante com o Godoy Cruz.
Em Santa Fé, o Independiente garantiu a classificação para a próxima fase do torneio ao vencer o Colón por 2 a 1 como visitante, com gols de Jonathan Menéndez e Alan Velasco, enquanto Brian Fernández descontou para os ‘sabaleros’, que já tinham a passagem garantida para a próxima etapa.
Assim, ao final da primeira fase do torneio, cinco das 12 equipe integrantes, que são Atlético Tucumán, Colón, Independiente, River e Banfield, já se classificaram para a rodada decisiva.