Presidente da Fifa aponta hipocrisia em críticas à Copa do Catar
Para o presidente da Fifa, Gianni Infantino, críticas de países europeus ao Catar são descabidas. Mundial começa neste domingo (20/11)
atualizado
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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, defendeu a entidade e a Copa do Mundo do Catar das críticas que o evento tem recebido por causa de violações dos direitos humanos na construção dos estádios e pela mudança na regra sobre venda de cerveja às vésperas do mundial.
Acerca da proibição, anunciada nessa sexta (18/11), da comercialização de bebidas alcóolicas nas imediações dos estádios, Infantino garantiu: “Vamos sobriver”. Vale lembrar que a cerveja Budweiser, que pertence à Ambev, é a patrocinadora oficial do evento, que investiu US$ 75 milhões no Mundial.
No entanto, o ataque mais duro do presidente da Fifa foi feito em relação às críticas das violações dos direitos humanos. Segundo Infantino, os europeus deveriam pedir desculpas “pelos próximos 3 mil anos por suas próprias histórias antes de dar lição de moral”.
Para ele, o Catar tem feito mais por imigrantes do que a Europa, ao aceitá-los, mesmo com baixos salários. “Reduza os pagamentos, mas dê-lhes alguma esperança, dê-lhes algum futuro. Isso não significa que não devemos apontar o que não funciona. Aqui no Qatar também, é claro, há algumas coisas que não funcionam e precisam ser abordadas”, falou.
Por fim, Infantino disse que ele próprio já foi vítima de preconceito.
“Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador imigrante. Claro que não sou qatariano, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado, sofrer bullying, como um estrangeiro em um país estrangeiro. Quando criança, sofria bullying porque tinha cabelo ruivo e sardas, além de ser italiano”, revelou.