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Para pagar despesas em prisão, Marin vende mansão por R$ 11,5 milhões

O imóvel, localizado em um terreno de 2,6 mil metros quadrados, possui dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros

atualizado

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Tomaz Silva/Agência Brasil
Jose Maria Marin
1 de 1 Jose Maria Marin - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Para ajudar a pagar os custos de sua prisão domiciliar em Nova York e despesas com advogados, o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, vendeu por R$ 11.550.000,00 uma mansão localizada no Jardim Europa, uma das regiões mais nobres de São Paulo. O imóvel fica em um terreno de 2.600 metros quadrados e tem 818 metros quadrados de área útil. Possui dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros.

A nova proprietária da residência é a empresa Meta Administradora de Bens, especializada em empreendimentos de alto padrão. O negócio foi registrado no 4.º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo no último dia 22 de fevereiro.

Apesar de a transação ter sido feita por R$ 11,5 milhões, o valor de referência do casarão de José Maria Marin é de R$ 24 945.754,00, mais do que o dobro do valor pago de acordo com a matrícula do imóvel. Procurada pelo Estado, a Meta não se pronunciou sobre o negócio.

Trajetória
A mansão foi comprada por José Maria Marin em 2014. O ex-presidente da CBF pagou por ela R$ 13,5 milhões. A casa estava registrada em nome da JMN Empreendimento e Participações, empresa criada pelo dirigente brasileiro para cuidar dos bens da família.

Em 2015, quando já estava preso nos Estados Unidos por corrupção no futebol, José Maria Marin deixou a sociedade da empresa. Permaneceram como proprietários apenas a sua mulher, Neuza Augusta Barroso Marin, e o filho Marcus Vinícius Marin. Com a manobra, o ex-presidente da CBF tentou se proteger de uma possível tentativa da Justiça norte-americana de pedir o confisco ou bloqueio de alguns de seus bens no Brasil.

José Maria Marin acumulou mais de R$ 2 milhões de prejuízo com o imóvel – além de ter vendido por um preço menor do que o pago há três anos, somente de IPTU ele gastava quase R$ 200 mil por ano. Em outubro do ano passado, o Estado revelou que o casarão estava desocupado e o dirigente o colocou para alugar por R$ 110 mil/mês.

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José Maria Marin, ex-presidente da CBF
Sede da CBF, no Rio de Janeiro
José Maria Marin deixará a prisão aos 87 anos
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Mansão de Marin à venda

FELIPE RAU / ESTADÃO CONTEÚDO
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José Maria Marin, ex-presidente da CBF

José Cruz/Agência Brasil
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Sede da CBF, no Rio de Janeiro

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José Maria Marin deixará a prisão aos 87 anos

Sidney Oliveira/Ag. Pará

Antes de José Maria Marin comprar o imóvel, funcionava no local uma clínica médica de oncologia. A mansão pertenceu à família Klabin Lafer (líder no setor de produção de papel no Brasil) e fica próxima ao MIS (Museu da Imagem e do Som).

Recursos
Preso em seu apartamento na Quinta Avenida, em Nova York, o dirigente de 85 anos tem buscado recursos no Brasil para arcar com os custos da vigilância imposta pela Justiça dos Estados Unidos, que inclui tornozeleira eletrônica e câmeras de segurança instaladas na porta de seu apartamento e em todas as saídas do prédio Trump Tower. Por mês, os seus gastos são superiores a R$ 200 mil.

O ex-presidente da CBF recebe pensão vitalícia do Estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 relativa à extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas. José Maria Marin foi deputado estadual por dois mandatos, de 1971 a 1979. Também foi governador de São Paulo por 10 meses, entre 1982 e 1983.

José Maria Marin é acusado de ter cometido vários crimes, como o de receber propinas nas negociações de direitos de TV em edições da Copa América e suborno em contratos de comercialização e marketing da Copa do Brasil. Em abril de 2014, por exemplo, ele teria viajado para Miami, na Flórida, para participar de uma conferência de imprensa e teve uma reunião com J. Hawilla (dono da Traffic) para acertar os pagamentos das propinas.

O ex-presidente da CBF está em prisão domiciliar em Nova York desde 2015, à espera do julgamento, marcado para novembro deste ano. Ele obteve permissão para deixar o apartamento por até quatro dias da semana, mas não pode sair do raio de até duas milhas (3,2 quilômetros).

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