metropoles.com

Pandemia ameaça futebol de base: “Categorias podem ser dizimadas”

Sem torneios de jovens talentos em todas as categorias desde 2020, analistas acreditam que clubes terão safras perdidas nos próximos anos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rodrigo Corsi/Paulistão
Jogadores da base do Palmeiras
1 de 1 Jogadores da base do Palmeiras - Foto: Rodrigo Corsi/Paulistão

A pandemia do novo coronavírus provocou uma avalanche de prejuízos e cancelamentos no esporte. O futebol profissional ficou parado, clubes acumularam dívidas e foram obrigados a renegociar salários para manter o elenco. Nas categorias de base, então, o cenário é ainda pior. Sem a Copinha – principal competição entre jovens do Brasil – e outros torneios, especialistas avaliam as perdas como imensuráveis, a ponto de gerações correrem risco de extinção.

A falta de calendário é preocupação comum a quem atua na formação dos jogadores. Atual campeão brasileiro Sub-20 pelo Atlético-MG, Júnior Chávare explica como o prejuízo pode se tornar uma bola de neve no talento futuro.

“É muito significativo, não só pelo cancelamento da Copinha. Os principais prejudicados são as gerações que nasceram em 2005 e 2006. O processo de transição entre gerações será bem complicado, algumas categorias podem ser dizimadas pela falta de competitividade. Isso porque poderemos ter atletas sem disputar um campeonato por dois anos, isso é irrecuperável”, alerta Chávare, atual gerente de futebol profissional do Bahia.

6 imagens
A Copinha é a principal vitrine das categorias de base
São Paulo virou tetra em 2019
Os jovens costumam inovar no visual
Flamengo de 1990 tinha craques como Djalminha, Junior Baiano
O Corinthians é o maior campeão da competição, com 10 taças
1 de 6

Após Gre-Nal na decisão de 2020, ela foi cancelada em 2021

Leonardo Fister/Internacional e Leonardo Benhossi/Divulgação/FPF
2 de 6

A Copinha é a principal vitrine das categorias de base

Twitter/Reprodução
3 de 6

São Paulo virou tetra em 2019

Reprodução/Twitter
4 de 6

Os jovens costumam inovar no visual

Carlos Gregório Jr/VascoDaGama
5 de 6

Flamengo de 1990 tinha craques como Djalminha, Junior Baiano

Reprodução
6 de 6

O Corinthians é o maior campeão da competição, com 10 taças

Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

O sociólogo Marcelo Segurado, ex-executivo de futebol de Ceará e Goiás, também alerta para a dificuldade de se garimpar talentos. Sem os torneios regionais, os jovens também não podem ser vistos por olheiros ou staff dos próprios clubes. “O prejuízo não é mensurável financeiramente. Nessas competições, muitos atletas aparecem e têm uma projeção maior, tanto dentro do próprio clube, como uma vitrine para o mercado de transferência. O prejuízo está em perder o ‘time’ de uma geração inteira. Fica muito mais difícil descobrir talentos se eles não podem jogar, é difícil trabalhar a motivação do atleta se ele ficar apenas treinando, sem disputar nada”, afirma.

Base como solução

As perdas de jovens ou até gerações na base significam também um buraco nos times profissionais. Isso porque foram justamente eles que socorreram as equipes adultas no momento de pior crise.  Com todos os fatores externos, muitos clubes firmaram diversos jogadores formados na própria casa, como o Palmeiras, que conquistou a Copa do Brasil e a Copa Libertadores com muitos atletas que tinham acabado de subir para a equipe principal.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEsportes

Você quer ficar por dentro das notícias de esportes e receber notificações em tempo real?