Palco do Mundial sub-17, Bezerrão deve aguentar série de 18 jogos
Estádio segue sem laudos de funcionamento, passará por restaurações e manutenção do campo
atualizado
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“A grama do vizinho é sempre mais verde”, mas não nos estádios pelo Brasil. Durante a Copa América, aconteceram inúmeras reclamações por parte dos jogadores e treinadores acerca da situação dos gramados. O Bezerrão de Brasília é uma das sedes do Mundial sub-17 de 2019 e, pela primeira vez, receberá uma competição internacional. Serão 18 jogos no intervalo de 23 dias. O Metrópoles foi buscar entender o que será feito no estádio até o início da disputa (26 de outubro).
A administração do Bezerrão recebeu a informação de que a arena sediará o Mundial há cerca de três semanas do dia da publicação desta matéria e, desde então, está se movimentando em direção das mudanças necessárias. A equipe responsável pelo controle do estádio foi renovada há pouco mais de 30 dias e, logo de cara, encarou um problema que ainda é realidade.
O campo ainda não tem os laudos de funcionamento necessários junto à Defesa Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. “Assim que assumimos a função, nos deparamos com esse problema dos laudos. Foi uma prioridade resolver o quanto antes e, nos próximos dias, estará tudo regularizado”, afirmou a administração.
Quanto às mudanças previstas para até o dia da abertura do Mundial sub-17, a logística conta com manutenções no gramado, já iniciadas nessa terça-feira (09/07/2019), e reparos simples, como a pintura das arquibancadas, que devem começar na próxima segunda-feira (15/07/2019).
A maior preocupação, que abrigará toda a ação no Mundial, é o gramado e este é garantia de satisfação. “Ele estará em ótima condições e atenderá bem à quantidade de jogos”, prometeu a administração. Porém, todo o trabalho em função do relvado será de responsabilidade da empresa Hidrogarden, convocada em outras ocasiões para cuidar do Mané Garrincha na Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas.
A Secretaria de Esportes realizou a contratação da empresa pelo valor de R$ 233.232,82, que cobre mão de obra, máquinas, adubos e insumos, de acordo com Ricardo Kornelius, engenheiro agrônomo e sócio da Hidrogarden encarregado da tarefa.
Passo a passo
A grama que compõe a maior parte dos campos de futebol é do tipo Bermuda Tifton419 e o procedimento no Bezerrão é considerado “de rotina”. “Primeiro, o gramado tem que estar perfeitamente nivelado, não pode ter buracos. Após cada jogo existe uma atenção para recuperar os buracos deixados”, explicou Ricardo.
“Não podem ter formigas, pragas e mato no meio da grama. Ela é muito bem adubada e cresce rápido. É preciso cortar duas vezes por semana. A altura do corte é importante. Quanto mais baixo, mais rápido e a bola corre. Mantemos ela em 18 milímetros. Perto de um torneio importante, cortamos a grama todos os dias”, apontou o engenheiro.
Por último, ainda é preciso dar atenção às linhas do campo. Segundo Ricardo, elas não podem ficar um centímetro fora do padrão, que é 10 centímetros de espessura. A administração do estádio garante que a manutenção do gramado é feita semanalmente e as condições dele são boas. “Iremos intensificar o tratamento para que fique muito melhor, e ficará!”
“Os trabalhos lá já começaram. Essa semana o gramado foi cortado bem baixo. Usamos a técnica do ‘corte vertical’. Ela tira as folhas velhas do gramado. Após esse corte, a grama fica com um aspecto feio, mas quando rebrota ficam só folhas novas e verdes”, contou o responsável, Ricardo.
A opinião da Hidrogarden sobre o palco da abertura e final, além dos outros 16 jogos do Mundial sub-17, é de que é o melhor de Brasília. O elogio procede, porém, com mais cautela, por parte do comandante do Brasiliense, Ricardo Antônio, rival do Gama, mandante no Bezerrão.
“Em visto do que era antes, hoje o gramado é muito bom, sempre com a grama bem cuidada, bem cortada, bem aparada para se jogar futebol sem nenhum problema”, comentou o treinador do Jacaré.
A administração afirmou que não há previsão de data para que a grama esteja nas condições esperadas, devido à dependência do clima. “Nossos gramados são de gramas de verão. No inverno, quando as temperaturas baixam e os dias ficam mais curtos, elas diminuem o metabolismo, entram numa espécie de dormência. Não adianta adubar e molhar”, explicou o engenheiro agrônomo.