O milagre de Jesus: quem é o homem que comandou o título do Fla
Apesar de ter desembarcado com desconfiança, o treinador chegou ao Flamengo credenciado por um currículo recheado de títulos em Portugal
atualizado
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Nos dias atuais, Jorge Jesus é praticamente uma unanimidade. Ainda mais depois de ter comandado o Flamengo em seu primeiro título de Libertadores após 38 anos, conquistado neste sábado (23/11/2019), após uma vitória por 2 a 1 sobre o River Plate, no Monumental de Lima, no Peru, em um jogo histórico. Porém, o índice de aceitação do português nem sempre foi tão alto.
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Ainda resistente à ideia de que técnicos estrangeiros possam fazer bons trabalhos no país, o mercado brasileiro – incluindo colegas treinadores e comentaristas — não viu com bons olhos a chegada de Jesus, um técnico cujo último trabalho foi no Al Hilal, da Arábia Saudita, clube do qual ele saiu em fevereiro de 2019 e estava desempregado desde então, até ser anunciado pelo Flamengo em junho.
A desconfiança em relação à chegada de Jorge Jesus aumentou depois de um começo irregular após a pausa para a Copa América. Em seu primeiro jogo à frente do rubro-negro, o Flamengo goleou o Goiás por 6 x 1. Depois, veio derrota para o Emelec, empate contra o Corinthians, vitória sobre o Botafogo e uma derrota por 3 x 0 para o Bahia. Daí em diante, o time não parou mais, emendando 26 jogos sem derrota, culminando no título da Libertadores e a oportunidade de vencer o campeonato brasileiro, no mesmo fim de semana.
Os críticos tiveram que se calar frente ao trabalho sólido demonstrado em solo brasileiro, mas que já encontrava ecos na Europa.
Currículo vitorioso
Nascido em Amadora, Jorge Jesus foi jogador durante 17 anos, tendo atuado na Primeira Divisão de Portugal, principalmente pelo Estrela da Amadora e pelo Sporting.
Após se aposentar aos 35 anos, não demorou para se tornar treinador, se especializando em conseguir acessos para suas equipes comandadas. Foram cinco nos primeiros anos no novo cargo: uma vez pelo Amora; duas vezes pelo Felgueiras; uma vez pelo Vitória de Setúbal; e uma vez pelo Estrela da Amadora.
O acesso pelo Felgueiras para a primeira divisão, em 1995, foi a primeira vez que seu trabalho chamou atenção. Voltando de um estágio com Johan Cruyff, no Barcelona, Jorge Jesus aplicou as ideias aprendidas com o lendário holandês e fez sua equipe surpreender na primeira metade do Campeonato Português.
Após trabalhos de menor expressão, Jesus voltou aos holofores em 2005, com bons trabalhos pelo União Leiria e pelo Benelenses, onde chegou à final da Taça de Portugal.
A sequência de bons trabalhos lhe rendeu a primeira oportunidade em um gigante: o Benfica, onde chegou em 2009, vencendo o título em sua primeira temporada, com uma equipe que contava com Luisão, Di María, Aimar, Saviola e Alan Kardec.
Mesmo em um período em que o Porto dava as cartas no futebol português, Jesus conseguiu se destacar, mas em âmbito continental. Foi ás quartas de final da Champions League em 2012 e à final da Liga Europa em 2013, perdendo para o Chelsea em ambas as ocasiões.
Na temporada 2013/14, voltou a conquistar Português e, mais uma vez, chegou à Final da Liga Europa, sendo derrotado pelo Sevilla. Em 2014/15, faturou o bicampeonato, algo que o Benfica não realizada há três décadas, tornando-se o treinador mais longevo no comando da equipe e o mais vitorioso.
Com a moral elevada, Jesus trocou o Benfica pelo Sporting, algo que foi considerado uma grande traição. Em três temporadas no lado verde de Lisboa, no entanto, não conseguiu grandes resultados, vencendo apenas uma Taça da Liga de Portugal.
Jesus deixou Portugal em 2018 para assinar com o Al Hilal, da Arábia Saudita, antes de assinar com o Flamengo em 1 de junho de 2019. O resto, como dizem, é história.