Mundial Sub-17 tem briga nos bastidores por venda de cerveja
Ministério Público e FIFA batalham na Justiça e, nessa quarta, por pouco não houve comercialização de bebida alcoólica no Bezerrão
atualizado
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A classificação do Brasil para as quartas de final do Mundial Sub-17 ocorreu nessa quarta-feira (06/11/2019), após um animado duelo contra o Chile, vencido pela seleção anfitriã por 3 x 2. Enquanto os jovens brasileiros mediam forças em campo, fora dele os torcedores puderam fazer algo a que não estão acostumados em Brasília: comprar e beber cerveja no interior do Estádio Bezerrão.
A permissão para comercializar bebida alcoólica na arena durante o Mundial foi conseguida pelo Comitê Organizador Local da FIFA, nessa quarta-feira. A desembargadora Fátima Rafael acatou o recurso do Comitê Organizador Local para autorizar o fornecimento, venda e consumo da bebida alcoólica “cerveja” nos recintos dos eventos relacionados à Copa do Mundo Sub-17, até o seu jogo final.
Em posse da decisão, a FIFA manteve a polêmica venda de cerveja, que ocorre desde o primeiro dia de competição, em 26 de outubro. O valor cobrado pela cerveja no estádio é de R$ 7, por uma lata de 355 ml.
A comercialização de bebida alcoólica no Bezerrão, no entanto, por pouco não ocorreu. Em 25 de outubro, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio do procurador distrital dos Direitos do Cidadão, Eduardo Sabo, recomendou à Secretaria de Segurança Pública, à Polícia Militar e à FIFA a proibição da venda, do fornecimento e do consumo de bebidas alcoólicas no interior do estádio, conforme prevê o Estatuto do Torcedor.
Ainda assim, a FIFA decidiu manter a comercialização até a última segunda-feira (04/11/2019). Isso porque a juíza substituta Acácia Regina Soares de Sá deferiu a medida liminar pleiteada pelo MPDFT e vetou a comercialização de bebidas alcoólicas, bem como o porte, pelos torcedores, de bebidas alcoólicas no interior do Bezerrão, durante a realização da Copa do Mundo Sub-17. Ela determinou ainda a aplicação de multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento da decisão a cada jogo realizado após a intimação.
A decisão, porém, durou somente até essa quarta-feira, quando o Comitê Organizador Local conseguiu reverter o cenário. Ainda cabe recurso.
Desde a exceção aberta para as competições da FIFA em 2013, alguns estados brasileiros aproveitaram brechas na lei e conseguiram a permissão para a venda e consumo de bebidas alcoólicas. A prática foi aprovada em estados como Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.