MPT indefere denúncia da ABCD contra o Brasiliense
A ABCD alegava que o Brasiliense impediu dois scouts, suspeitos de envolvimento com sites de apostas, de trabalharem na Boca do Jacaré
atualizado
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No último 12/4, o Ministério Público do Trabalho (MPT) indeferiu o pedido de instauração de inquérito civil da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD) contra o Brasiliense Futebol Clube. A ação trata do caso que envolveu dois scouts que estavam na Boca do Jacaré alegando serem cronistas que cobririam o jogo da equipe do DF contra o Goiás, em partida válida pelas quartas de final da Copa Verde.
O episódio ocorreu em 8/3. Na ocasião, dois homens sem registro em qualquer empresa jornalística, seja de mídia impressa, seja televisiva, seja radiofônica, seja de portais digitais, entraram na Boca do Jacaré com a identificação da ABCD para cobrir a partida, o que causou estranheza na diretoria do clube.
Suspeitando que os dois scouts poderiam estar envolvidos em esquemas de casas de apostas — um problema cada vez mais evidente no futebol brasileiro —, a segurança do estádio (contratada pelo clube) pediu para que deixassem o local.
Ciente do ocorrido, a ABCD enviou uma Notícia de Fato ao MPT, alegando que a ação dos seguranças configuraria crime ao impedirem o direito de exercer o trabalho dentro do estádio.
O procurador Leomar Daroncho indeferiu o pedido ao entender que a denúncia tem caráter de interesse individual, com ausência de repercussão social e sem referência ao trabalho infantil, trabalho escravo, desrespeito às normas de saúde e segurança, assédio moral ou qualquer meta prioritária de atuação do MPT.
Com a decisão, o Brasiliense proibirá a entrada de funcionários de sites de apostas, indevidamente credenciados pela Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos, e o livre acesso ao campo de jogo, impedido o contato com jogadores.