MP obtém mensagens que indicam pagamentos de apostadores a jogadores
O MP obteve novas mensagens que evidenciam provas de que pagamentos foram feitos já em 2023 a jogadores de quatro estados
atualizado
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O Ministério Público de Goiás (MPGO) divulgou evidências que reforçam indícios de manipulação de resultados em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro em 2022. Porém, o caso vem ganhando novos desdobramentos e agora a operação pode ganhar abrangência nacional, com ações em outros estados.
O MP obteve novas mensagens que evidenciam provas de que pagamentos foram feitos já em 2023 a jogadores de quatro estados. Confira a linha do tempo da investigação:
- A investigação começou após o Vila Nova denunciar o suposto esquema de manipulação de resultados;
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Três jogos estão sendo investigados: todos aconteceram na última rodada da Série B de 2022: Vila Nova 0 x 0 Sport, Criciúma 2 x 0 Tombense e Sampaio Corrêa 2 x 1 Londrina;
- O jogador Romário, do Vila Nova, foi afastado do time por indisciplina grave. A decisão partiu após o presidente do clube goiano descobrir que o atleta estava envolvido no recebimento de R$ 10 mil para cometer um pênalti contra o Sport, na última rodada da Série B;
- Na última rodada, Romário ficou no banco e não atuou diante do Sport, mas o jogador pediu para companheiros de time cometerem um pênalti no primeiro tempo do jogo;
- De acordo com o jornal O Popular, além de Romário, mais 3 jogadores são investigados: Mateusinho, que atuava pelo Sampaio Corrêa, Joseph, que defende a Tombense e teve passagens pelo Cruzeiro e Gabriel Domingos, jogador que emprestou a conta para Romário receber o pagamento. O jogador ainda atua no Vila Nova e foi relacionado para o jogo dessa quarta-feira (15/2);
- Gabriel Domingos não recebeu nenhuma punição do clube, pois segundo o presidente do Vila, a pessoa que depositou o dinheiro inocentou o jogador;
- Cada jogador recebeu um depósito inicial no valor de R$ 10 mil. Consequentemente se cada jogador cometesse o pênalti e a aposta tivesse êxito, seriam depositados mais R$ 140 mil na conta de cada atleta;
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Segundo o G1, o empresário Bruno Lopez de Moura, foi preso em São Paulo por participar do esquema de manipulação. Ele seria o responsável pelo pagamento aos jogadores;
- As novas mensagens que o MP teve acesso envolvem jogos de mais três times: Novo Hamburgo, São Luiz e Villa Nova-MG. Além de partidas no Mato Grosso e Goiás, sem times revelados.
Ao site GE, Novo Hamburgo e São Luiz enviaram notas se manifestando sobre o assunto:
Veja o posicionamento do São Luiz:
“O Esporte Clube São Luiz de Ijuí vem a público manifestar-se sobre as matérias trazidas por veículos de informação acerca da operação “Penalidade Máxima” deflagrada pelo Ministério Público de Goiás/MP-GO. O Clube recebeu com surpresa a informação e já está em contato e à disposição das autoridades competentes, bem como aguarda a continuidade das investigações. Ressaltamos também que o Clube não compactua com as atitudes e reforça seu comprometimento com a ética, moral e profissionalismo”.
Confira a nota do Novo Hamburgo:
“O Esporte Clube Novo Hamburgo […] tomou conhecimento de uma operação chamada “Penalidade Máxima”, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) no dia 14 de fevereiro de 2023, através da imprensa local. O clube solicitou uma reunião com a Federação Gaúcha de Futebol, o Ministério Público e a Autoridade Policial para obter maiores informações, bem como para que possa adotar todas as medidas necessárias para a proteção do clube contra eventuais atos criminosos e para que possa colaborar nas investigações e identificação de todos os envolvidos. O Esporte Clube Novo Hamburgo repudia todo e qualquer ato criminoso contra a prática desportiva e contra a sociedade, agindo sempre com transparência perante sua torcida e toda a comunidade”.
Já Bruno Sarti, presidente do Villa Nova-MG, se manifestou por mensagem: “Realmente tomamos ciência desta notícias que circulou nas mídias do Brasil. Acredito que todos estão tentando entender e se inteirar dos fatos. Pelo que o clube acompanhou não existe um apontamento enfático. Há uma citação. Estamos atentos procurando obter mais detalhes mas por enquanto nada nos leva a uma conclusão”, disse Sarti.
Após a finalização dessa fase de investigação do Ministério Público do Goiás, outros alvos podem ser incluídos na operação, por meio de cooperação com o Ministério Público e a Polícia Civil de outros estados.