Mourinho reencontra vitórias e agora se torna “rival” do Chelsea
O português assumiu o comando do Tottenham há cerca de um mês e o recolocou entre os primeiros da Premier League e nas oitavas da Champions
atualizado
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Uma união improvável tem resgatado um treinador e um clube no futebol inglês. Com seu status abalado após um trabalho ruim à frente do Manchester United, José Mourinho assumiu o comando do Tottenham há cerca de um mês e o recolocou entre os primeiros colocados do torneio nacional, além de tê-lo ajudado a avançar às oitavas de final da Liga dos Campeões.
Contratado antes da temporada 2016/2017 pelo Manchester United, Mourinho passou dois anos e meio à frente de um dos clubes mais poderosos do mundo. Mas a falta de competitividade nos torneios mais importantes — Campeonato Inglês e Liga dos Campeões — deixaram para seus críticos a impressão de que o português não estava mais à altura dos principais treinadores do mundo, como Jürgen Klopp e Josep Guardiola.
Por isso, o seu resgate pelo Tottenham surpreendeu. Após quase um ano desempregado, foi o escolhido para suceder o argentino Mauricio Pochettino, demitido pelo começo ruim de temporada, com apenas três vitórias nas 11 primeiras rodadas do Inglês, o que fez a direção até “ignorar” que se tratava do trinador que havia, meses antes, conduzido o clube à sua primeira final da Liga dos Campeões na história.
A escolha por Mourinho foi inusitada, não só porque o treinador tem perdido força na opinião pública, mas por sua relação estreita com o Chelsea. Isso provocou, inclusive, declarações de que jamais comandaria o Tottenham. “Eu não poderia ir (para o Tottenham). Porque eu amo muito os torcedores do Chelsea. Eu sou Chelsea”, disse o treinador em 2015, após vencer a final da Copa da Liga Inglesa pelo Chelsea em decisão diante do Tottenham.
Após ser demitido pelo United apenas uma semana antes do Natal do ano passado, Mourinho não assumiu a direção de nenhum outro time durante 11 meses. Com isso, teve um longo tempo para refletir sobre a sua trajetória e para escolher os próximos passos de sua vida profissional, retornando para demonstrar que pode fazer valer o apelido de “The Special One”.
Assim, em novembro Mourinho decidiu aceitar a oferta do Tottenham. “Eu estou mais forte. E quando digo que estou mais forte, é do ponto de vista emocional. Estou relaxado. Estou motivado. Estou pronto”, prometeu o treinador durante a sua apresentação. E até agora tem cumprido.
O sucesso tem sido imediato, com cinco vitórias em seis jogos disputados no Campeonato Inglês, desempenho que colocou o time na briga pela quarta vaga distribuída pelo torneio na próxima Liga dos Campeões, competição em que o clube está garantido nas oitavas de final e terá pela frente o RB Leipzig.
Mourinho, assim, se tornou um adversário do clube que mais marcou a sua carreira de treinador: o Chelsea. O treinador teve duas passagens pelo time, de 2004 a 2007 e de 2012 a 2015, tendo sido três vezes campeão inglês. Mas agora é adversário da equipe e de um dos expoentes da sua passagem por Stamford Bridge, o agora técnico Frank Lampard, que defendeu o clube entre 2001 e 2014.
Com o Chelsea em baixa nesse momento da temporada, a distância entre os clubes está em apenas três pontos, com o Tottenham atrás, na quinta posição. E essas posições poderão ser alteradas no domingo (22/12/2019), quando os times vão se enfrentar a partir das 13h30 (horário de Brasília), no novo estádio do time de Mourinho.
O português, porém, tentará evitar o que aconteceu na partida em que reencontrou um time que dirigiu anteriormente nesse início de passagem pelo Tottenham. Afinal, sua única derrota no Inglês à frente do clube foi para o Manchester United, outro time na briga pelo quarto lugar — é o sexto — de um campeonato dominado pelo Liverpool e que neste momento tem Leicester City e Manchester City na briga pela vice-liderança. “Nós não podemos ganhar a Premier League nesta temporada, mas nós podemos ganhá-la na próxima”, previu Mourinho.