Montenegro critica movimento por volta e avisa que o Botafogo não joga
Ex-presidente do clube, Carlos Augusto Montenegro avisou que a equipe alvinegra não entrará em campo tão cedo
atualizado
Compartilhar notícia
Em entrevista ao “Canal do TF” no Youtube, Montenegro criticou com veemência a negociação entre clubes e entidades esportivas, com o apoio do governo federal, pela retomada do futebol no Brasil e reforçou que o Botafogo não voltará aos gramados enquanto a situação não melhorar.
“Como se fosse um circo, pensam em colocar uns palhacinhos jogando para alegrar as pessoas. Uma falta de respeito, uma coisa horrível. Querem usar o futebol de bode expiatório. O jogador sai de casa, pega condução, se arrisca, tem contato com pessoas, pratica um esporte de contato. Aí chega em casa e lá estão pais, por vezes avós… Por que esta maluquice com o futebol? Vamos então ver uma fila de profissionais de saúde indo tratar doentes, uma fila de gente enterrando parentes e uma fila de jogadores indo treinar? Que isso? Perderam a cabeça”, criticou.
Recentemente, a CBF sugeriu às federações que retomem os estaduais no dia 17 de maio. Por enquanto não há uma definição sobre o retorno das competições, mas alguns clubes já autorizaram a volta aos treinos, casos de Grêmio e Chapecoense, por exemplo, e outros são favoráveis a entrar em campo mesmo com o cenário crítico em função da Covid-19. Segundo Montenegro, os jogadores do Botafogo continuarão treinando em suas casas, onde é mais seguro no momento.
“Podem dizer que vamos perder pontos. Cada ponto perdido será uma vida salva. Sei que é ordem de cima, mas é ridículo o Ministério da Saúde falar que pode treinar. Se vier pressão de CBF, ministério, federação, para iniciar treino na situação que estamos vivendo, o Botafogo não vai jogar. E todos os técnicos dizem que vai piorar. Quando passamos de 100 mortes por dia para 500 querem fazer força para voltar o futebol”, afirmou o dirigente.
A pandemia tem avançado diariamente com força no Brasil. De acordo com o balanço mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, o País registra mais de 92 mil casos e já passou das seis mil mortes. No Estado do Rio, há mais de 10 mil infectados, com mais de 900 óbitos. Para Montenegro, a responsabilidade de dar o aval para a retomada das atividades é das secretarias de cada cidade e estado.
“Quem dá a última palavra são os prefeitos e secretarias municipais de saúde. Depois governador e secretários de saúde. Além disso, existe o bom senso de notar que não se pode ir treinar com 500 mortos por dia”, ressaltou. “Como vou dormir à noite se um atleta meu sair para treinar e se contaminar? Aí vai para o hospital e não tem vaga para ele”, emendou o ex-presidente botafoguense.