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Messi, reforços e resultados: como Koeman cavou sua demissão do Barcelona

Tido como grande esperança após a humilhante goleada de 8 x 2 sofrida para o Bayern em 2020, holandês não correspondeu às expectativas

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Xavi Bonilla/Europa Press via Getty Images
Ronaldo Koeman
1 de 1 Ronaldo Koeman - Foto: Xavi Bonilla/Europa Press via Getty Images

O que começou como um sonho, está terminando como um grande pesadelo. Parte da história do Barcelona, quando ainda jogava futebol, Ronald Koeman foi contratado como técnico com uma história a zelar. Porém, o andar da carruagem mostrou que essa nova passagem pelo clube se tornou algo para ser esquecido.

Quando chegou ao comando dos blaugranas, o holandês pegou um time aos pedaços. Quique Setién perdeu o emprego após uma das piores goleadas da história dos Culés: o fatídico 8 x 2 contra o Bayern de Munique, pelas quartas de final da Champions League de 2020.

Koeman ainda viu de perto um insatisfeito Lionel Messi e toda a novela sobre sua renovação – que terminou com a partida do argentino para o PSG.

Temporadas com pouco brilho

O técnico não conseguiu fechar o grande buraco que veio se construindo ao longo do tempo. A crise financeira do clube já estava em curso, assim como as tentativas para a renovação de Messi.

Em um time como o Barcelona, o retrospecto, na grande maioria das vezes, vai ser muito positivo e foi o que aconteceu com Koeman. Porém, não o suficiente para empolgar. No Campeonato Espanhol, o comandante venceu 24 de 38 partidas, empatou sete e perdeu outras sete, ficando na terceira posição, algo que não acontecia desde a temporada 2007-08, quando Rijkaard era técnico.

Já na Champions League, o time de Lionel Messi ficou em segundo no grupo G, atrás da Juventus, pelo saldo de gols. A posição fez com que o adversário fosse o melhor colocado do conjunto H, que acabou sendo o Paris Saint Germain. O resultado foi uma precoce eliminação após uma derrota por 4 x 1.

Já neste ano, o Barcelona começou de uma maneira pouco convencional. Perdeu os dois primeiros jogos da Champions por 3 x 0, para Bayern de Munique, na Espanha, e para o Benfica, em Portugal, e amarga uma sexta posição na La Liga. Invictos, é verdade, mas com três vitórias e três empates em seis jogos. Com 12 pontos, o clube vê o maior rival, o Real Madrid, liderando com 17.

Reforços

Já em uma crise financeira quando o Koeman chegou, as últimas temporadas foram de poucas contratações, mas também poucas saídas. Se na temporada 2019-20 foram gastos 301 milhões de euros, na primeira janela de transferências com o holandês no comando foram investidos “apenas” 52 milhões, incluindo uma polêmica troca com a Juventus entre Arthur e Pjanic.

Foi também neste ano que o clube surpreendeu ao liberar Luis Suárez. O uruguaio, até então tido como um dos melhores centroavantes do mundo, não teve o seu contrato renovado. Àquela época, o técnico jogou a culpa para cima da diretoria. Porém, nessa quinta (30/9), o atacante disse que ainda guarda mágoas de Ronald. “Koeman sentiu desprezo por mim. Como se eu tivesse 15 anos. Ele deixou claro que eu era ruim para o vestiário do Barcelona”, disse o camisa 9, hoje no Atlético de Madrid.

Suárez deu a volta por cima e não só foi campeão, como ainda marcou 21 gols no torneio, atrás apenas de Messi (30), Benzema (23) e Gerard Moreno (23).

Foi sob o seu comando que o maior jogador da história do Barcelona deu adeus aos Blaugranas. Após um grande esforço de Lionel Messi para seguir com a camisa azul-grená, inclusive diminuindo o seu salário em mais da metade, a crise e o Fair Play Financeiro impediram que o negócio fosse concluído.

A saída do “ET”, segundo Koeman, escancarou um antigo problema dos Culés. “Lionel Messi escondeu tudo. Ele fazia a diferença. Graças a eles, todos os jogadores pareciam melhores. São bons jogadores, mas com Messi pareciam melhores. A sua saída acabou por destampar os problemas da equipe. Esta não é uma crítica, é uma observação”, afirmou o treinador sobre o argentino, que jogou por duas décadas no clube espanhol.

Além de perder grandes jogadores, os catalães também não tiveram sorte com atletas que trouxeram esperança ao time. Nomes como Ansu Fati, hoje camisa 10, Sérgio Agüero, que chegou na última janela de transferências, mas ainda não estreou, se lesionaram e não conseguiram ajudar a agremiação. Pjanic, Griezmann, entre outros contratados, também não vingaram.

Para o comando do ataque, sem o argentino vindo do Manchester City, chegou Luuk De jong, a quem Koeman diz ser mais perigoso que Neymar dentro da área. Porém, o compatriota do técnico jogou cinco partidas, marcou apenas um gol e desperdiçou uma grande chance contra o Benfica, em jogo vencido pelos portugueses por 3 x 0, quando o jogo estava 1 x o.

Entrevista coletiva

A relação com os jornalistas também não é das melhores. Entre tantas perguntas sobre a pressão sofrida e o processo de reconstrução do clube, o holandês, simplesmente, não respondeu nenhuma questão na entrevista coletiva do dia 22/9.

Ele entrou na sala, leu um comunicado que afirmava que os jogadores estavam ao seu lado e, simplesmente, foi embora. Foram somente três minutos no local.

A atitude já demonstrava que nada caminhava como deveria e que o seu castelo estava desmoronando com os péssimos resultados.

A demissão de Koeman parece agendada para o final de semana. Com um jogo importante a ser realizado no próximo sábado (2/10), contra o Atlético de Madrid, Joan Laporta, presidente dos Blaugranas preferiu manter o comandante até lá.

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