Mário Sérgio foi campeão mundial e um dos grandes do futebol

Mário Sérgio, ex-jogador, técnico e comentarista do canal “Fox Sports”, estava no avião da Chapecoense que caiu na madrugada desta terça (29/11), na Colômbia. Carismático e polêmico, o carioca morreu aos 66 anos. Dentro das quatro linhas e na casamata, Sérgio tornou-se um dos grandes nomes do futebol brasileiro.

Apelidado de Vesgo, Mário Sérgio foi um meia criativo na carreira como jogador. Do tipo que olhava para um lado e tocava para o outro – no estilo Ronaldinho Gaúcho. Dono de forte personalidade, começou a trajetória no Flamengo, mas consagrou-se mesmo como ídolo do Vitória.

Meia fino e criativo

Atuou pelo clube baiano de 1971 a 1975, em 82 partidas. Foi campeão estadual em 1971. Mais títulos viriam vestindo a camisa de outros times: bicampeão (1975 e 1976) carioca pelo Fluminense, no time conhecido como Máquina Tricolor, e vencedor do paulista pelo São Paulo (1981).

Mas foi por clubes gaúchos que Mário Sérgio teve alguns dos seus melhores momentos como jogador. O craque compôs o inesquecível elenco do Internacional que terminou como campeão invicto do Brasileirão de 1979. Depois, trocou de lado.

Campeão mundial pelo Grêmio
Foi contratado pelo Grêmio a pedido do então técnico Valdir Espinosa. Chegou ao tricolor para disputar o Mundial de Clubes de 1983, contra o Hamburgo. Em entrevista ao canal “SporTV” na manhã desta terça (29/11), Espinosa lembrou as qualidades de Mário Sérgio.

“O Mário era extraordinário, para mim um dos maiores que vi jogar no espaço de um palmo, ele fazia a coisa acontecer… não precisava um campo inteiro, um palmo para ele era suficiente”, contou Espinosa.

Sempre polêmico, Sérgio voltou ao Inter para conquistar mais um campeonato gaúcho, em 1984. As qualidades de meia criativo levaram o craque a jogar pela Seleção Brasileira. Defendeu a Amarelinha entre 1981 e 1985, em oito partidas.

O histórico de indisciplinas pesou para que não fosse convocado para a Copa de 1982, na histórica geração de Falcão, Zico, Sócrates, Cerezzo e outros craques. Mário Sérgio encerrou a carreira em 1987, acumulando passagens por vários outros clubes, como Botafogo (1976-1979) e Palmeiras (1984-1985).

Em 1984, pelo Verdão, protagonizou uma de suas principais polêmicas. Foi pego no exame antidoping por uso de anfetamina logo após um clássico contra o São Paulo. Tomou suspensão de três meses.

 

A trajetória como técnico e comentarista
Após a aposentadoria dos gramados, Mário Sérgio começou outra longa história como técnico de futebol. Em 1987, ano em que parou, passou brevemente pelo Vitória. Abandonou a casamata para se tornar comentarista da TV “Bandeirantes” e atuar ao lado de grandes nomes como o narrador Silvio Luiz.

Voltou aos gramados em 1993 para treinar o Corinthians. À época, lançou jogadores marcantes como o volante Zé Elias, hoje comentarista dos canais “ESPN”. Sérgio também comandou clubes como Atlético Mineiro, Botafogo, Internacional, São Paulo, Vitória.

Marcou presença à frente do Atlético Paranaense em três oportunidades: 2001, no início da campanha que culminaria com o título do Campeonato Brasileiro, 2003-2004, e em 2008. Sua última experiência como treinador se deu em 2010, pelo Ceará.

Em 2012, ele voltou à televisão para ser comentarista da “Fox Sports”. A tragédia do voo que levava elenco e comissão da Chapecoense também vitimou outros colegas jornalistas do canal: Deva Pascovitch, Lilacio Pereira Jr., Paulo Júlio Clement, Rodrigo Santana Gonçalves e Victorino Chermont.