Lesões põem em xeque intensidade de treinos do Brasil no Mundial
Tite é um defensor dos treinamentos intensos, com velocidade e movimentação. Diz que isso deixa os atletas preparados para o ritmo dos jogos
atualizado
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A série de lesões na Seleção Brasileira começa a colocar em xeque uma das principais premissas do técnico Tite: a intensidade dos treinos. O elenco está reunido há 36 dias. Nesse período, Renato Augusto sofreu com dores no joelho, Fred sentiu o tornozelo direito, Danilo teve lesão no quadril e Douglas Costa sentiu a coxa após 39 minutos contra a Costa Rica. Ele havia entrado no intervalo do jogo.
Foi a própria mulher do atacante da Juventus, Louise Ramos, que colocou lenha na fogueira. Ela disse que o marido creditou a contusão à intensidade dos trabalhos e que na Itália a carga é mais leve. Douglas Costa se apresentou à Seleção machucado – contratura na coxa esquerda – e precisou fazer quase duas semanas de tratamento antes de poder treinar.
A comissão técnica tem consciência de que há jogadores desgastados fisicamente, até porque muitos se apresentaram após o final da temporada europeia. “Sabemos que se cobra, se busca alta intensidade, mas sabemos também que têm atletas que precisamos controlar a carga de jogos”, reconheceu antes da Copa do Mundo o auxiliar Sylvinho.
O controle tem sido poupar jogadores de treinos, deixá-los a cargo da fisioterapia e dar maior tempo de recuperação aos titulares. Quando treinam, no entanto, a intensidade prevalece. Douglas Costa nem sequer viajou a Moscou para o jogo contra a Sérvia. Ficou em Sochi com um fisioterapeuta – assim como Danilo.
O médico do Brasil, Rodrigo Lasmar, não credita a contusão do atacante à carga de treinos. “Ele é um atleta que tem uma explosão grande, não se dosa durante jogos e treinos, vai além do seu limite. Isso pode ser um fator a considerar. Mas pela própria característica do jogador, isso (a contratura) é uma fatalidade”.