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Leila Cruz é a primeira mulher do DF a integrar quadros da Fifa

Árbitra já auxiliou jogos das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro e também atuou no Candangão

atualizado

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Leila Cruz
1 de 1 Leila Cruz - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A auxiliar de arbitragem Leila Cruz, 30 anos, é a primeira mulher brasiliense a ingressar nos quadros da Federação Internacional de Futebol (Fifa). A relação de novos habilitados foi divulgada pela entidade nesta quarta-feira (2/1) e torna apta a atuar em competições internacionais a árbitra do Distrito Federal.

Leila terminou o curso de formação para arbitragem em 2013. Desde então, veio progredindo e abrindo caminho até conseguir atingir seu objetivo. No mesmo ano em que se formou, viveu o momento mais emocionante da carreira: atuou em uma partida entre as seleções femininas do Chile e do Canadá, durante o Torneio Internacional de Brasília de Futebol Feminino.

“Foi o meu primeiro contato com um jogo televisionado, com um público tão grande e com equipes que falavam outros idiomas. Foi um impacto bem grande. Eu me senti muito bem e ali bati o martelo: eu quero ser é árbitra de futebol mesmo”, lembra.

Credenciada perante a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2015, a árbitra brasiliense já atuou como auxiliar em jogos das séries B, C e D, e também na Copa do Brasil, Copa Verde, Brasileirão Feminino e no Candangão. “Fiz praticamente tudo, falta a Série A [do Campeonato Brasileiro].”

Árbitra inscrição na CBF em 2015 e começa 2019 na Fifa

Antes de dar início à carreira, porém, Leila foi testada em jogos do Sindicato dos Árbitros, nos quais passou por todas as áreas de atuação de um juiz e escolheu ser auxiliar – posição também conhecida como “bandeira”. “Eu sabia que queria ser assistente. Então, a partir daí, eles [os instrutores] vão trabalhando a gente e, com o passar do tempo, quando atingimos um objetivo, conseguimos o que é preciso para uma indicação na CBF.”

Agora integrante dos quadros da Fifa, Leila espera um ótimo ano em 2019: “Tão bom quanto começou”. Para ela, mais difícil do que entrar é se manter na entidade. “O mais complicado é ficar entre os melhores. A gente não pode parar, porque ter um escudo Fifa é uma grande responsabilidade, um trabalho contínuo e árduo, e é por isso que eu pretendo estar entre o melhor dos melhores. Brasília não merece nada menos do que isso”, defende.

Driblando o machismo
Para se fazer respeitar e manter a autoridade dentro de campo, Leila diz que é preciso ter firmeza no trato com os jogadores. Ela conta que, por ser mulher, sofreu preconceito nesse mundo tão masculino. “Já estou vacinada, já passei por cima e já bati de frente. Hoje eles sabem que, dentro de campo, não existe a Leila mulher, existe a Leila árbitra, e eles têm que respeitar”, reforça.

Nos lances mais controversos das partidas, ela usa um tom de voz sempre firme e “engrossa” quando os atletas se fazem de desentendidos. Apenas em casos mais extremos pede a intervenção do árbitro de centro de campo, para que aplique uma advertência, um cartão amarelo ou vermelho. “Para eles entenderem que as mulheres vieram para ficar, não é um hobby.”

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