Jogadores da seleção argentina pedem saída de Sampaoli, diz jornal
Segundo O Clarín, o ambiente dentro da seleção é “desolador” e piorou após a vexatória derrota por 3 a 0 para a Croácia
atualizado
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A relação entre jogadores e o técnico Jorge Sampaoli é das piores possíveis na seleção argentina. Segundo o jornal Clarín, um grupo de atletas, entre eles o craque Lionel Messi, pediu para a Associação de Futebol Argentino (AFA) a demissão do treinador antes mesmo da partida contra a Nigéria, na terça-feira (26/6), pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo.
Segundo o jornal, o ambiente dentro da seleção é “desolador” e piorou após a vexatória derrota por 3 a 0 para a Croácia, na última quinta-feira (21), em Nijni Novgorod, pela segunda rodada do Grupo D.
“Os mais bravos com Sampaoli são Lionel Messi, Sergio Agüero, Javier Mascherano e Lucas Biglia”, pontua o jornal. Eles são considerados os principais líderes da equipe.
Assim, a tendência é que os jogadores passem a decidir quais mudanças devem ser feitas na equipe e vão ignorar as ordens do técnico. Na prática, os jogadores tomaram o comando da Argentina na Rússia. A AFA e os jogadores, tampouco Sampaoli, ainda não se manifestaram oficialmente.
“Os subordinados e o suposto líder apenas falam o suficiente entre si como que para aparentar para o público que a relação entre todos está normal. Mas a realidade é outra: o clima é péssimo”, garante o jornal, um dos principais veículos de comunicação da Argentina.
Por fim, os atletas é que devem definir a escalação e possíveis alterações táticas para a partida contra a Nigéria.
A Argentina chega na última rodada da fase de grupos sem depender apenas de suas forças para se classificar. Se a Argentina empatar ou perder para a Nigéria estará eliminada. Se vencer, dependerá do jogo entre Islândia e Croácia, que se enfrentam na mesma hora. Se a Islândia vencer, a vaga poderá ser definida pelo número de gols, pelo número de cartões amarelos ou até mesmo em sorteio. A Croácia lidera o Grupo D com seis pontos e já garantiu vaga para a próxima fase da Copa.
No treino deste domingo (24), em Bronnitsi, perto de Moscou, o semblante dos jogadores era fechado. Não houve sorrisos e quase não se viu conversas.
Presidente Macri
O Clarín afirmou que o atacante Sergio “Kun” Agüero, companheiro de quarto de Lionel Messi, desmentiu a informação veiculada pelo jornal em conversa por telefone com o presidente da Argentina, Mauricio Macri. Os dois teriam se falado na sexta-feira, quando Macri ligou para Agüero para saber como estava “o espírito da equipe”.
Macri e Agüero estreitaram o relacionamento às vésperas da Copa, em um churrasco de despedida organizado pela federação argentina. Em sua resposta ao presidente, Agüero admitiu que o espírito da equipe não era o melhor, mas transmitia esperança. Ele afirmou que “não havia nenhum movimento para tentar tirar Sampaoli do cargo”, e que os jogadores não se insurgiram contra o treinador.
Agüero foi um dos atletas que jogaram lenha na fogueira da relação dos jogadores argentinos com o treinador. Na saída do estádio, depois da derrota para a Croácia por 3 a 0, um jornalista afirmou que Sampaoli “assumiu a responsabilidade pela derrota”, por não ter sido capaz de transmitir aos jogadores seu plano de jogo. Agüero, rispidamente, respondeu: “Pois então que Sampaoli diga o que quer”. E foi embora.