Jogador negro é revistado em ônibus como “suspeito”: “É uma humilhação”
George Pitbull, atleta sub-23 do Paysandu, passou pelo constrangimento ao voltar de um treino
atualizado
Compartilhar notícia
O volante George Pitbull e o atacante Debu, atletas sub-23 do Paysandu, passaram por um constrangimento ao voltar de um treino na última segunda-feira (26/10), em Belém (PA). A dupla foi abordada e revistada por agentes da Polícia Militar depois que a corporação recebeu uma ligação informando sobre um suposto “comportamento suspeito” dos jogadores em um ônibus.
Os policiais pediram para os atletas descerem do ônibus, revistaram suas mochilas, encontraram uniformes e chuteiras sujos e os liberaram. “É um sentimento de vergonha, de humilhação pelo que a pessoa passa por ser negro e tatuado”, afirmou Pitbull. “Não podemos ser julgados pelo nosso estilo, pelo jeito que a gente se arruma”.
Precisamos falar de racismo! 🗯✊🏿
O racismo está presente o tempo todo e você nem percebe. Está enraizado.
O Paysandu inicia a campanha “Nunca mais diga isso!”#NuncaMaisDigaIsso #ChegadePreconceito pic.twitter.com/A21tmGDPjY
— Paysandu Sport Club (@Paysandu) October 28, 2020
“Quando entramos no ônibus, ele estava praticamente vazio. Tinha só uma moça branca, loira, e mais um rapaz de uns 17 anos. Eu e o Debu somos negros e quando entramos essa moça teve uma movimentação de preconceito, de suspeita, como se a gente fosse assaltar ou fazer algo assim”, conta o volante.
“Levamos na esportiva. Entramos e sentamos. No caminho, entraram outras pessoas, mulheres e idosos, mas ela só desconfiou da gente. Numa certa parte da BR, polícia chegou e parou o ônibus”.
De acordo com o jogador, os policias também pediram para os demais passageiros descerem. Os agentes informaram que a denúncia havia partido de uma mulher. “Os policiais não foram arrogantes nem ignorantes. Perguntei ao policial se tinha sido o motorista que tinha ligado. Ele foi gente boa e respondeu que tinha sido uma moça.”