Incansável: aos 43 anos, Formiga disputará sua sétima Olimpíada
A camisa oito da Seleção Brasileira estreou em Olimpíadas em 1996 e disputará sua sétima edição dos Jogos, no Japão
atualizado
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O Metrópoles já está no clima dos Jogos de Tóquio e fará uma série com destaques do Brasil que disputarão as Olimpíadas. Contaremos também as histórias de todos os atletas de Brasília que marcarão presença no Japão.
E a série não poderia começar com outro protagonista do Brasil nos Jogos. Aos 43 anos, a incansável operária Formiga vai para sua sétima Olimpíada, quebrando recordes e tentando conquistar sua primeira medalha de ouro com a Seleção Feminina de Futebol.
Incansável
A jovem Mirailde Maciel Mota disputou sua primeira Olimpíada em 1996. Um ano antes, fazia sua estreia em competições internacionais com a Seleção Feminina na Copa do Mundo, na Suécia.
De lá para cá foram pouco menos de três décadas defendendo a amarelinha e seis disputas de Olimpíadas. E Mirailde tornou-se Formiga, titular absoluta da Seleção Brasileira e, mesmo aos 43 anos, é peça fundamental no time de Pia Sundhage.
Em esportes coletivos nos Jogos é a atleta com mais participações nos Jogos. E ao lado de Robert Scheidt, é recordista do Brasil em participações em Olimpíadas.
História
Em 1996, em Atlanta, Formiga viveu sua primeira frustração com a camisa do Brasil. Com a modalidade sendo disputada pela primeira vez nas Olimpíadas, caiu com a Seleção na semifinal para a China, e acabou perdendo a medalha de bronze para a Noruega. Formiga foi titular em todos os jogos.
Mais experiente, partiu para a Austrália no ano 2000 em busca da tão sonhada medalha olímpica. Mas um novo revés na mesma fase da competição anterior, dessa vez para Estados Unidos e Alemanha no terceiro lugar, impediu mais uma vez a realização do sonho.
Medalhas
Quatro anos depois, Formiga seguia titular absoluta, agora com Renê Simões no comando. E desta vez, a medalha olímpica veio. Não da forma desejada, com o tão sonhado ouro, mas com a prata em Atenas, caindo na prorrogação para os Estados Unidos na dourada decisão.
A edição de Pequim marcou a primeira ausência da meio-campista em uma partida do Brasil em Olimpíadas. Formiga recebeu um cartão amarelo no segundo jogo da fase de grupos e foi poupada no terceiro compromisso, retornando no mata-mata. E mais uma vez, o filme se repetiu: nova derrota para os Estados Unidos na final valendo o ouro, também na prorrogação, e sonho mais uma vez adiado.
Em 2012, estava presente na derrota para o Japão nas quartas de final, em Londres. Em 2016, viveu a honra de disputar uma Olimpíada em seu país, caindo para o Canadá novamente nas quartas.
Clubes
A longa e vitoriosa carreira contou com atuações em clubes nacionais e internacionais. Formiga começou a carreira no São Paulo, em 1993, seu time atual.
Defendeu também as camisas de Portuguesa e Santos antes de sua primeira transferência para o exterior. Em 2005 foi para a Suécia, jogar no FC Rosengard. As duas temporadas seguintes seriam no futebol norte-americano.
Em 2007 e 2008, retorno ao Brasil, para Saad e Botucatu. Em 2009, retorno aos Estados Unidos. Duas temporadas depois, voltou ao futebol brasileiro para defender o São José por cinco temporadas. No time paulista, Formiga foi bicampeã da Libertadores e conquistou o Mundial de Clubes.
Após a passagem vitoriosa pelo São José, foi para a França, defender a camisa do poderoso PSG por cinco temporadas, antes de retornar para o São Paulo.
E agora vai novamente em busca do sonho dourado, novamente com a camisa oito da Seleção. E o título olímpico seria literalmente a chave de ouro de uma carreira de dedicação à Seleção Brasileira e para alguém que tanto representa para uma modalidade que ainda não tem o carinho que realmente merece no Brasil.