Grêmio repete roteiro que pode culminar em 3º rebaixamento
Tricolor, que demitiu Felipão na última semana, já viveu o mesmo drama da ida para a Série B em 1991 e em 2004
atualizado
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A briga contra o rebaixamento deve se manter equilibrada até as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro e promete ser mais emocionante que a disputa pela taça. Grêmio e Santos são os grandes mais ameaçados pela degola. No domingo, a equipe alvinegra levou a melhor na disputa direta, mas o risco segue elevado. O Grêmio, por sua vez, tem sido atormentado pelo ambiente interno conturbado e pelo mau desempenho dentro das quatro linhas.
A derrota para o Sport, em Porto Alegre, no início de outubro, parece ter sido a gota d’água para os problemas virem à tona. O trabalho de Luiz Felipe Scolari foi fortemente contestado e não teve vida longa. Com a saída do técnico pentacampeão do mundo com a seleção brasileira, confirmada na madrugada desta segunda-feira, o time gaúcho repete o roteiro do rebaixamento. Vice-lanterna, o Grêmio já viveu o mesmo drama da ida para a Série B em 1991, quando terminou o Brasileirão na mesma posição, e em 2004, ano em que ficou na última colocação.
Com Tiago Nunes, alguns problemas persistiram e outros se intensificaram. O início do Brasileirão, com maus resultados, consolidou o Grêmio na luta contra o rebaixamento. Os próximos adversários são Fortaleza (fora), Juventude (casa), Atlético-GO (fora) e Palmeiras (casa). A missão é duríssima tendo cinco pontos a menos que o 16º colocado. Só não é mais difícil que a da Chapecoense. Lanterna, somando apenas 12 pontos, a equipe catarinense ainda não venceu como mandante no torneio e tem recebido críticas da própria direção, que entende que o elenco é de “Série B”.
“Evidentemente que nós vamos buscar pontos. Nesse momento, estamos com a qualidade do grupo um pouco baixa. O nosso grupo hoje é um grupo de Série B”, afirmou Carlos Kila, executivo de futebol da Chapecoense em entrevista à rádio GreNal. Ele também admitiu a possibilidade de receber mala branca na reta final do Brasileirão, dado que o time já não tem muitas pretensões: “Nós temos de cumprir a tabela, aproveitar a visibilidade que temos na Série A. Evidentemente que nós vamos buscar pontos. Isso (mala branca) não aconteceu até o momento, mas imagino que pode acontecer. Se não tiver essa diferença que tem hoje o Atlético-MG (na liderança), se essa diferença diminuir pode ter a possibilidade”, disse.
Quem parece ter emergido é o Sport. Com três vitórias consecutivas, os pernambucanos encontraram uma nova cara com o técnico paraguaio Gustavo Florentín. No entanto, erros crassos da direção da equipe, que já foi destituída, trarão problemas. Nove clubes da Série A já entraram com uma “notícia de infração” no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pela escalação irregular do zagueiro Pedro Henrique. O pedido é assinado por América-MG, Atlético-GO, Bahia, Ceará, Chapecoense, Cuiabá, Grêmio, Juventude e Santos e pode resultar em perda de até 17 pontos. Se confirmada a punição, o time do Recife ficaria com apenas nove pontos, o que consolidaria sua queda para a Série B
O Bahia, por sua vez, aposta na volta de um velho conhecido ao banco de reservas. Guto Ferreira chegou e já viu a equipe derrotar o Athletico-PR. O próximo compromisso marcará o reencontro com a torcida tricolor na Arena Fonte Nova. O adversário é o Palmeiras, que não vive boa fase. Em 17º, o time baiano precisa redescobrir o futebol que o fez ter um bom início de campanha.
Juventude, São Paulo, Cuiabá, Atlético-GO, Ceará e América-MG vivem altos e baixos no Brasileirão. Ora aparentam lutar até por vaga na fase preliminar da Libertadores, ora voltam a correr risco de rebaixamento. A distância do 10º colocado para o 17º é de apenas cinco pontos. Além disso, alguns clubes tiveram jogos adiados e ainda podem somar pontos importantes que deixarão a disputa ainda mais embolada.
De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que faz cálculos de probabilidades relacionadas ao Campeonato Brasileiro, a Chapecoense tem 99,89% de chance de ser rebaixada. O Grêmio tem 63,9%. Sport e Juventude são os outros dois mais ameaçados. O time pernambucano tem 48,8%, e o de Caxias do Sul, 40,5%. São Paulo e Santos, os dois paulistas em posição de risco, têm 16,9% e 31,8% de chance de terminar a temporada caindo para a Série B.
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