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Fifa diz que não há “evidências suficientes” de doping na Rússia

Reportagem de jornal inglês indicou que a entidade abafou casos de doping no futebol russo

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Dean Mouhtaropoulos/Getty Images
Germany v Sweden: Group F – 2018 FIFA World Cup Russia
1 de 1 Germany v Sweden: Group F – 2018 FIFA World Cup Russia - Foto: Dean Mouhtaropoulos/Getty Images

Moscou – A Fifa informou que não existem “evidências suficientes” para concluir que houve um esquema de doping para beneficiar os jogadores russos na Copa do Mundo. No sábado (23/6), o jornal inglês The Mail on Sunday indicou que a Fifa sabia e abafou casos de doping na elite do futebol russo.

De acordo com a reportagem, o Ministério do Esporte da Rússia encobriu um teste positivo de um dos jogadores inicialmente convocados para a seleção que disputa a Copa, Ruslan Kambalov.

No total, 155 casos de doping no futebol russo teriam sido revelados. Desses, 34 casos foram investigados e teriam chegado até a Fifa. A entidade insiste que, por mais de um ano, avaliou essas informações. Mas não abriu qualquer tipo de processo.

O caso mais problemático seria de Ruslan Kambolov. Em 2015, ele foi selecionado para passar por exames antidoping, enquanto jogava pelo Rubin Kazan. Seu teste deu positivo, levando o Ministério dos Esportes a procurar o chefe dos laboratórios, Grigory Rodchenkov, para pedir orientação.

Rodchenkov foi quem denunciou o esquema de doping nas Olimpíadas de Sochi, em 2014, e que levou o esporte olímpico russo a ser parcialmente banido da Rio-2016. Um dia depois, um agente do Ministério dos Esportes indicou que o teste estava “salvo”, numa referência sobre a necessidade de encobrir o resultado.

O passo seguinte, seis dias depois, foi o envolvimento do FSB – o serviço de inteligência da Rússia – para trocar a amostra de urina do jogador. Naquele momento, a Rússia mantinha um estoque de dez mil amostras de urinas “limpas” que poderiam ser trocadas por amostras de urina de atletas dopados. Os dados estão nas agendas de Rodchenkov, apontando para o envolvimento do espião Evgeny Blokhin, o mesmo que também operou nos laboratórios de Sochi.

Naquele momento, a Fifa desconhecia os casos, já que eles foram abafados pelos russos. Mas, quando o esquema de doping de estado surgiu no movimento olímpico, a informação também foi repassada para a cúpula da Fifa, em dezembro de 2016.

A entidade máxima do futebol rejeitou as acusações e disse que sua investigação foi realizada em “colaboração com a WADA (Agência Mundial Antidoping) e que a WADA concordou com as conclusões da Fifa”.

“Conduzimos amplas investigações sobre o assunto com um resultado que, até agora, são evidências insuficientes para dizer que houve uma violação das regras antidoping por qualquer jogador”, indicou a entidade.

Internamente, a cautela da Fifa sobre o caso se refere ao fato de que já ficou provado no passado de que os russos trocaram amostras de atletas em outra modalidades. Mas, pelo menos para a Copa, a Fifa insiste que as investigações sobre a seleção russa foram realizadas e que “todos os casos foram arquivados”.

De acordo com a Fifa, “todas as possíveis evidências” foram avaliadas e “nenhuma pedra foi deixada sem ser revirada”. A entidade também disse que conversou com o investigador independente da WADA, Richard McLaren. “Ele não nos indicou que um jogador tenha cometido uma violação”, disse.

Além disso, a Fifa garantiu que falou com Rodchenkov, testou todas as amostras e ainda fez uma análise forense. Para completar, a Fifa ainda minimizou as opiniões de McLaren, indicando que o investigador está “desinformado” e que não tem dados desde o verão de 2017.

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